Uma decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) motivada pela transição do período chuvoso para o período seco do ano quando acontece a redução das chuvas, aplica a bandeira amarela nas contas de luz no mês de maio, com um custo adicional de R$ 1,88 nas faturas para cada 100 kWh consumidos.
Em 2025, o Pará segue liderando o ranking de estados com a tarifa de energia elétrica mais cara do país, a partir de um reajuste médio de 11% nas tarifas que entrou em vigor no ano passado e com a bandeira amarela as contas de energia ficam ainda mais caras.
Em junho de 2024, a Equatorial Pará passou a liderar a lista, fazendo o preço da energia consumida por kWh (quilowatt-hora) passar para R$ 0,96, sem contar impostos e a taxa de iluminação pública. A média nacional era de R$ 0,72 por KWh. Em 2025, o Pará tem a distribuidora com a tarifa de energia residencial mais cara do país, com R$ 0,938/kWh, segundo dados da Aneel.
O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras. Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
“Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, explicou a Aneel.
A bandeira amarela em maio interrompe um ciclo de cinco meses de bandeira verde, sem cobrança adicional nas contas. De dezembro de 2024 a abril de 2025, o período chuvoso aliviou os reservatórios das hidrelétricas e dispensou a taxa extra.
As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média”, diz a Aneel.
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
Bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
Bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
Bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
Bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
Em nota ao Portal Ver-o-Fato, a Equatorial Energia Pará alegou o seguinte:
A Equatorial Pará informa que, sobre a tarifa de energia praticada no estado, há alguns fatores que impactam em seu valor, entre eles o “tamanho e a complexidade” do estado, o que afeta a logística, custos para operação, manutenção e expansão da rede elétrica, que são muito mais altos do que em outras regiões do país. Porém, apesar de todos esses desafios, em 2024, o efeito tarifário percebido pelo consumidor foi uma redução média de 3,56% na sua conta de energia, sendo -6,97% para o consumidor do Grupo A e -2,31% para consumidores do Grupo B.
A redução da tarifa foi obtida através da redução dos custos operacionais relacionados a redução dos custos de transmissão e dos encargos setoriais.
Vale destacar que cerca de 66% do que a empresa arrecada na conta de luz é repassado para pagamento de impostos, encargos e para compra de energia, o percentual que fica com a distribuidora é utilizado, principalmente, para a melhoria do sistema e a operacionalização do serviço.