A indústria do Pará registrou um saldo de 1.904 novos postos de trabalho formais e se consolidou como o maior gerador de empregos industriais na Região Norte em agosto de 2025, conforme os dados do Observatório da Indústria do Pará da FIEPA. Com o desempenho, o Estado ocupa a 11ª posição entre as unidades federativas com o acumulado no ano de 12.567 vagas.
De acordo com a evolução mensal, o saldo do ano segue em trajetória de crescimento, apesar da desaceleração observada em agosto em relação a julho.
“A análise comparativa confirma este cenário. O saldo de agosto foi 1,55% inferior ao registrado em julho de 2025. Em contrapartida, quando comparado a agosto de 2024, houve um crescimento de 37,97% na geração de empregos. Cabe destacar que essa dinâmica de redução no ritmo de geração de vagas no comparativo mensal não é resultado de uma menor quantidade de contratações, mas sim de uma contrapartida significativa do número de desligamentos”, afirma Felipe Freitas, gerente do Observatório.
O desempenho de agosto revela uma alteração no perfil setorial, o que pode ser explicado pela sazonalidade do setor da construção, que ao final do ano reduz sua participação no agregado geral para o Estado. Assim, as indústrias de transformação foram o principal motor, respondendo por um saldo de 1.031 vagas.
O setor de construção, anteriormente protagonista, contribuiu com 574 postos, seguido pelas indústrias extrativas, com 149 vagas.
A geração de empregos se manteve concentrada em polos de desenvolvimento do Estado. O município de Canaã dos Carajás liderou a criação de postos, com um saldo de 496 vagas, seguido por Parauapebas (175) e Castanhal (165). Em contraste, a retração observada em municípios como Ourilândia do Norte (-181 vagas) e Óbidos (-152 vagas) demonstra um comportamento heterogêneo entre as diferentes regiões do Estado, aponta o Observatório.
Já na comparação entre os dados de ocupação com os de localização geográfica, é possível identificar, com maior precisão, os focos de geração e retração de empregos. A combinação com maior saldo positivo foi a de alimentador de linha de produção, no município de Castanhal, que gerou 173 postos de trabalho.
Em seguida, a ocupação de servente de obras apresentou forte demanda em Parauapebas e Canaã dos Carajás, com saldos de 101 e 86 vagas, respectivamente. Canaã dos Carajás também registrou um saldo expressivo de 81 vagas para montador de máquinas.
Na perspectiva oposta, a maior retração ocorreu na ocupação de alimentador de linha de produção, em Óbidos, com um saldo de -83 postos. A capital, Belém, registrou uma redução de -73 vagas para a ocupação de pedreiro. Um ponto de destaque, Parauapebas, um dos municípios com maior geração total de vagas, também apresentou uma retração localizada na ocupação de montador de andaimes (edificações), com um saldo de -65.
Enquanto isso, o perfil das ocupações mais demandadas, para o agregado geral do Estado, reflete a força das Indústrias de transformação e da construção. Alimentador de linha de produção foi a ocupação com maior saldo (424), seguida por servente de obras (401).
A atividade econômica de construção de rodovias e ferrovias (302) foi um dos principais motores de crescimento. Por outro lado, a retração mais acentuada ocorreu na atividade de obras de montagem industrial, que registrou um saldo negativo de -210 vagas, impactando ocupações como montador de andaimes (-91).
