O Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol-PA) emitiu uma nota pública expressando severas críticas à gestão do governador Helder Barbalho, diante do que consideram ser uma situação alarmante dentro da instituição. A entidade acusa o governo de remanejar mais de R$ 50 milhões do orçamento anual da corporação, gerando um impacto negativo no funcionamento da instituição e prejudicando tanto servidores da ativa quanto aposentados.
De acordo com a nota, o corte comprometeu o pagamento de aluguéis, fornecedores, prestadores de serviço e materiais básicos para o funcionamento da Polícia Civil. A situação é descrita como especialmente crítica para os servidores aposentados, que, após mais de três décadas de serviço público, estão sem receber direitos trabalhistas e indenizatórios garantidos por lei.
Além disso, a nota aponta uma série de dificuldades enfrentadas pelos policiais em atividade, incluindo:
Atrasos no pagamento de diárias e plantões;
Descontos indevidos nos valores de diárias;
Supressão de direitos para remanejamento de recursos;
Não cumprimento da progressão funcional já publicada no Diário Oficial.
Segundo o sindicato, tais medidas configuram um “descaso” com a Polícia Civil e prejudicam diretamente a qualidade do serviço oferecido à população.
Cobrança direta ao governador
O Sindpol questiona diretamente o governador Helder Barbalho, perguntando se ele tem ciência da gravidade da situação. A nota reforça que a entidade não ficará passiva e promete adotar medidas legais para garantir os direitos dos servidores. “A luta continua, e o Sindpol-PA estará na linha de frente por seus servidores”, declara o comunicado assinado pela diretoria do sindicato.
A manifestação evidencia um clima de insatisfação crescente dentro das forças de segurança pública do Pará, com denúncias que, se confirmadas, apontam para uma crise que vai além do orçamento, colocando em xeque a política de valorização dos profissionais e o compromisso com a segurança da população paraense.
A denúncia intensifica a pressão sobre a administração estadual, já que a segurança pública é uma área sensível para qualquer governo. A possível precarização da Polícia Civil pode impactar não apenas a eficiência do trabalho policial, mas também a percepção da sociedade sobre a gestão pública.
A crítica aberta ao governador Helder Barbalho, em tom incisivo, reflete o esgotamento das tentativas de diálogo institucional. A continuidade desse impasse pode gerar desdobramentos políticos e judiciais, além de acirrar o debate público sobre a gestão dos recursos estaduais.