Mais uma vez, o velho e cruel enredo da violência doméstica deixa sua marca de dor e sangue, um câncer que corrói lares e comunidades. Em Parauapebas, no sudeste do Pará, a Vila de Rio Branco foi palco de uma tragédia que expõe as feridas abertas de um problema social persistente. No último sábado, por volta das 23 horas, um jovem de 21 anos, Marciano Carvalho Silva, matou o próprio pai, Fernando Nascimento Silva, de 54 anos, após flagrá-lo agredindo sua mãe, esposa de Fernando.
Segundo a Polícia Militar, o crime foi o desfecho de um ciclo de violência que, infelizmente, não é incomum. Luciano Carvalho Silva, irmão de Marciano, relatou à polícia que o jovem chegou em casa no momento em que a mãe era vítima de violência doméstica.
Num ato impulsivo para defendê-la, Marciano disparou uma arma de fogo contra o pai, tirando-lhe a vida. Após o crime, o jovem fugiu e permanece foragido, enquanto a comunidade tenta compreender o que levou a tamanha ruptura.
Policiais militares atenderam a ocorrência e confirmaram a morte de Fernando no local. Durante a perícia, a cena revelou um arsenal preocupante: três armas de fogo artesanais foram apreendidas, incluindo uma espingarda calibre .38, outra calibre .22 e uma terceira de calibre não identificado.
A presença dessas armas levanta questões sobre o ambiente de tensão e perigo que permeava a residência.
A Polícia Civil assumiu a investigação, e diligências estão em curso para localizar Marciano, que pode responder por homicídio, embora atenuantes sejam considerados no decorrer do inquérito. O caso, porém, vai além do ato em si.
Ele escancara a urgência de enfrentar a violência doméstica, um mal que destrói famílias e deixa cicatrizes irreparáveis.
