Em mais uma noite triste para o torcedor bicolor, o Paysandu voltou a exibir o mesmo futebol sonolento, previsível e sem alma que se tornou marca registrada de sua campanha desastrosa na Série B. O time paraense foi derrotado por 1 a 0 pelo Botafogo-SP, nesta terça-feira (7), na Arena NicNet, em Ribeirão Preto — e o resultado, mais do que um simples tropeço, simboliza o naufrágio de um clube que perdeu completamente o rumo.
O jogo foi um retrato fiel da temporada: tecnicamente pobre, taticamente confuso e emocionalmente apático. Durante 44 minutos do segundo tempo, o que se via em campo era um duelo entre duas equipes limitadas, incapazes de criar jogadas consistentes.
Mas, como tem sido rotina, o Paysandu conseguiu se superar negativamente. Uma saída de bola bisonha originou o lance fatal: Jefferson Nem aproveitou o erro, roubou a bola e cruzou para Carrilo empurrar para as redes — decretando mais uma derrota de um time que parece desistir antes mesmo do apito final.
Com apenas 26 pontos, o Papão segue firme na lanterna, a sete do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Athletic, e vê a permanência na Série B se transformar num cenário quase impossível. Faltando sete rodadas, seria preciso um milagre — e nem o torcedor mais otimista consegue mais acreditar.
O Paysandu faz uma das piores campanhas de sua história na Série B. Desde o primeiro turno, o clube não sai do último lugar, afundado em atuações medíocres, erros de montagem de elenco e uma diretoria incapaz de reagir diante do colapso técnico e moral do time.
A sucessão de contratações equivocadas, a falta de comando e a completa ausência de um projeto futebolístico coerente levaram o clube a esse estado de coma competitivo.
Perdeu a alma em campo
O torcedor, apaixonado e fiel, assiste indignado à derrocada. Vê um time sem meio de campo, sem ataque e, pior, sem vontade. A camisa pesa, mas parece não comover quem a veste. O Papão perdeu a alma — e o reflexo disso está no campo: passes errados, jogadas previsíveis, nenhum lampejo de criatividade.
A diretoria, que deveria ser o esteio em momentos de crise, transformou-se em parte do problema. Ao insistir em apostas duvidosas e decisões desastradas, contribuiu para empurrar o Paysandu à beira do abismo. Agora, a queda parece inevitável.
Resta o consolo da história e da torcida — dois patrimônios que resistem, mesmo diante da vergonha que o clube vive hoje. Mas o tempo está acabando. E, se nada mudar, o rebaixamento deixará de ser ameaça para se tornar vergonha consumada.
O Papão, gigante do Norte, parece não ter mais forças para reagir. E terça-feira próxima tem RE X PA. Um jogo de contrastes. O maior rival alimenta o sonho do acesso, enquanto o bicolor jogará pela honra.















