Mais uma vez está faltando medicamentos para pessoas com vários tipos de doenças graves e raras, que são atendidas, por direito, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns são medicamentos caros, que não podem ser comprados pela grande maioria dos usuários, isso quando estão disponíveis em farmácias.
No Posto de Saúde do bairro do Marco, por exemplo, que é mantido pelo governo estadual, há mais de dois meses os pacientes estão voltando de mãos vazias, porque a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) não fornece os medicamentos.
De acordo com servidores da farmácia especializada do Posto do Marco, o medicamento Azatioprina, de 50 mg, para pacientes com doenças autoimunes, não é fornecido pela Sespa há quase três meses. Também estava em falta, mas foi regularizado este mês o fornecimento do medicamentos Adalimumabe, concentração de 40 mg. Já os medicamentos Sevelâmer de 800 mg e Tacrolimo de 1 mg, continuam faltando.
Adalimumabe é para pacientes com doenças tipo artrites reumatoide e psoriásica, doença de crohn, além de outras, que maltratam muito os seus portadores e é um medicamento que custa caro, quando está disponível em farmácias. Este medicamento custa mais de R$ 2.200,00 e é muito difícil de encontrar.
O Sevelâmer é indicado para o controle do fósforo sérico em pacientes com doença renal crônica sob diálise. Ele diminui a incidência de episódios de hipercalcemia em relação aos pacientes em tratamento com cálcio. Este medicamento custa mais de R$ 1.100,00 e também é difícil de ser encontrado.
Tacrolimo é indicado para a profilaxia da rejeição de órgãos em pacientes submetidos a transplantes de fígado, rins e coração.
O pai de um paciente portador de doença autoimune disse que há anos o fornecimento desses medicamentos vem falhando para os usuários do SUS. “Parece que nós estamos pedindo favor, mas não é favor, como eles pensam, é direito nosso, pois pagamento impostos e, além disso, também vem muito dinheiro do Ministério da Saúde para o SUS”, disse.
Segundo esse pai, remédio para doença autoimune custa em média 100 reais e pode ser encontrado nas farmácias. “Agora, entre os remédios que estão quase sempre em falta, tem um que custa mais de dois mil reais e outro mais de mil reais. Como a família de um trabalhador pode comprar um remédio dese tipo? São pessoas, na maioria humildes, não são filhos ou parentes de empresários ou políticos, que ganham fortunas. Essas pessoas vão ter que ver seus filhos ou familiares morrerem? Isso é um absurdo”, desabafa.
Com a palavra, a Sespa
Em nota enviada ao Ver-o-Fato, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa o seguinte, sobre a falta de medicamentos:
“Os medicamentos Adalimumabe, Sevelamer e Tacrolimo pertencem ao grupo 1A do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, desta forma a responsabilidade de fornecimento é do Ministério da Saúde, sendo que o Adalimumabe está com o estoque regularizado.
Os medicamentos Tacrolimo 1mg e Sevelamer 800mg estão com pendência de entrega por parte do MS, desta forma não tem sido possível atender à demanda das unidades de saúde.
O medicamento Azatioprina 50mg pertence ao grupo 2 do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, cuja responsabilidade de fornecimento é da Sespa. O item está com estoque baixo, no entanto, já está em andamento o processo de aquisição para regularização do estoque em até 30 dias.”
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