Janicélio Sabino de Souza, conhecido por Jânio no município de Juruti, é um cidadão preocupado com algumas coisas que ocorrem na região onde vive com sua família. Dono de uma página que está entre as mais acessadas do Facebook na Amazônia, Jânio anda inquieto com o comportamento da multinacional Alcoa, sobretudo o descarte de seus rejeitos de bauxita na cabeceira do Lago do Juruti Velho.
Diz Jânio, em uma postagem, que o risco de graves problemas ambientais em Juruti é “igual e, talvez, pior” que em Mariana (MG), onde uma barragem das multinacionais Vale e Billiton – proprietárias da empresa Samarco – rompeu-se e provocou o maior dano social e ambiental da história brasileira. Na lagoa de descarte da Alcoa, em Juruti, a água já foi usada para separar e retirar a terra que vem colada na
bauxita, para que não se perca tempo e dinheiro transportando o que não
irá usar.
bauxita, para que não se perca tempo e dinheiro transportando o que não
irá usar.
“Junto com a água mistura-se soda cáustica, que depois vai
para essa lagoa, poluindo o lençol freatico, e em seguida para três enormes tanques de contenção”, explica Jânio, assinalando que são barragens, uma em cima da outra, para
decantar e ser devolvida ao reaproveitamento e devolução ao rio. Ele alerta que se isso romper, “tudo irá abaixo, causando estrago ecológico
significativamente pior que Mariana-MG, dada a proporcionalidade da
fauna e flora terrestre e aquatica da região, onde toda a vida animal e
vegetal morreria e sua recuperação demoraria décadas ou seculos”.
para essa lagoa, poluindo o lençol freatico, e em seguida para três enormes tanques de contenção”, explica Jânio, assinalando que são barragens, uma em cima da outra, para
decantar e ser devolvida ao reaproveitamento e devolução ao rio. Ele alerta que se isso romper, “tudo irá abaixo, causando estrago ecológico
significativamente pior que Mariana-MG, dada a proporcionalidade da
fauna e flora terrestre e aquatica da região, onde toda a vida animal e
vegetal morreria e sua recuperação demoraria décadas ou seculos”.
Isso, afirma o jurutiense, a multinacional Alcoa não mostra.
Madeira queimada
E o crime continua, diz Jânio em outra postagem, exibindo um incêndio da madeira retirada de uma das áreas desmatadas pela Alcoa. O fogaréu já dura seis dias. A empresa está expandindo suas áreas de exploração de alumínio e bauxita. “Mas o engraçado é que o gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa chegou ao local do incêndio, avaliou e soltou a frase: ” Tranquilo isso não é agravante.. Deixa queimar, pelo menos ajuda a dar um fim nessa madeira”.
O responsável pela brigada de incêndio, também chamado ao local, deu a seguinte ordem: “deixa logo queimar tudo”. Enquanto isso, a fumaça encobre a cidade de Juruti, prejudicando a saúde dos moradores. Jânio questiona: “cadê a gestão ambiental da Alcoa? Que tipo de gerente, engenheiro são esses de segurança que não sabem avaliar nem um fogo, muito menos ter noção da gravidade? Por quê o senhor Afonso Bizon (gerente-geral da empresa) aceita tudo isso?”.
Perguntas, obviamente, sem respostas.
Quem é e o que faz
Em sua página na Internet, a Alcoa informa que opera desde setembro de 2009 em Juruti, dedicando-se ao beneficiamento primário de bauxita. Sua reserva de minério alcança 780 milhões de toneladas, um dos maiores depósitos de bauxita do mundo, fornecendo
minério de alta qualidade. A capacidade produtiva inicial de Juruti foi de 2,6 milhões de
toneladas métricas anuais e atualmente a Alcoa opera com
capacidade de 4,2 milhões de toneladas ao ano.
minério de alta qualidade. A capacidade produtiva inicial de Juruti foi de 2,6 milhões de
toneladas métricas anuais e atualmente a Alcoa opera com
capacidade de 4,2 milhões de toneladas ao ano.
Além das frentes de lavra, outras instalações
completam o empreendimento. As instalações da área de beneficiamento de
bauxita, situadas a cerca de 55 km da cidade. A ferrovia
construída pela empresa, de aproximadamente 55 quilômetros de extensão,
opera com 42 vagões, cada um com capacidade para transportar 82
toneladas.
completam o empreendimento. As instalações da área de beneficiamento de
bauxita, situadas a cerca de 55 km da cidade. A ferrovia
construída pela empresa, de aproximadamente 55 quilômetros de extensão,
opera com 42 vagões, cada um com capacidade para transportar 82
toneladas.
O terminal portuário de Juruti, a dois quilômetros do centro
da sede do município, às margens do Rio Amazonas, tem capacidade para
acomodar navios de até 75 mil toneladas, similares aos que navegam no
Canal do Panamá.
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