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A equipe da Polícia Civil que participou da “Operação Tártaro”. Nome sugestivo |
O esquema de venda de lacres de placas de carro também foi desbaratado |
Ainda repercute com intensidade, dentro do Detran do Pará, a operação “Tártaro”, realizada na última quinta-feira pela Polícia Civil, que desarticulou um esquema envolvendo servidores públicos, despachantes e outras pessoas investigadas pela venda de lacres de placas automotivas, para posterior revenda de veículos.
O nome da operação é bem sugestivo, porque a corrupção no órgão parece enraizada no Detran há décadas sem que se ponha um fim nisso. A operação mobilizou cerca de 80 policiais, que cumpriram 22 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisões preventivas.
Na ocasião, 8 prisões foram cumpridas, em Belém e região metropolitana. Dentre os presos estão José Raimundo Borges Costa, Edson Sousa dos Santos, Valdecy Barros Almeida, Fábio Pereira de Freitas e Antônio José Maia Gonçalves (servidores do Detran); Clarence Neves Coelho, conhecido por “Bono” e Patrício Siqueira Barros, conhecido “Geleia” (receptadores); e Jeová de Jesus Silva (despachante).
Durante entrevista, o delegado-geral Alberto Teixeira explicou, que ao ser acionado pela direção do Detran, para que a Polícia Civil fizesse uma investigação ampla a cerca das fraudes ocorridas no órgão, foi montada uma força tarefa, sendo os inquéritos direcionados para o Núcleo de Inteligencia Policial (NIP).
“Desta forma foi dado início as investigações, que posteriormente foi constatado que dentre as fraudes havia vendas de lacres, bem como o recebimento de propina nas vistorias veiculares, a parti daí, foram apuradas as fraudes e obtido sucesso na ação, conseguindo chegar na autoria dos crimes. O caso está agora no poder judiciário, na vara de inquéritos”, explicou Teixeira.
Segundo o delegado-geral, é importante que a Polícia Civil faça gradativamente ações pontuais contra aqueles que vem cometendo crimes nos órgãos estatais. “Infelizmente esse tipo de crime já vem sendo praticado desde as gestões anteriores do Detran, e a Polícia Civil continuará agindo não só apenas em detrimento do órgão do Detran, mas também a outros órgãos do Estado, para combater esses tipos de crimes”, resumiu.
O delegado da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), Artur Carlos Júnior, que estava à frente da investigação, explicou que o setor de inteligência do Detran sinalizou para a equipe da DRCO, acerca dos crimes que vinham sendo investigados. Segundo o delegado, isso coincidiu com uma investigação que a equipe da DRCO, já vinha investigando há mais ou menos três anos.
Diante disso, ainda de acordo com Artur Júnior, foi percebida a facilidade das pessoas que roubavam os veículos e conseguiam faze-los retornar ao mercado. “Ao cruzar as informações do setor de inteligência do Detran, com as informações apuradas pela DRCO, chegamos aos criminosos, identificando a conduta de cada um, o cargo que cada um exercia e suas participações no crime”.
“A investigação se deu basicamente na corrupção que havia dentro da instituição Detran, dentre os servidores também estão envolvidos terceiros, que também fomentavam o crime, através do círculo vicioso que já vinha ocorrendo há mais ou menos uns três anos”, ressaltou.
Para o Diretor de Polícia Especializada (DPE), delegado Sérvulo Cabral, para que os crimes envolvendo furto e roubo de veículos automotores ocorram e venham se fortalecer, tem que haver uma atividade criminosa que possa esquentá-los, para que assim, aquele veículo volte a circular normalmente. “Por trás desse tipo de crime, sempre tem uma rede criminosa que dá sustentáculo e torna-os supostamente legal, para que o veículo possa circular novamente”, enfatizou Cabral.
“Ninguém furta ou rouba veículo para acumular e manter para sí uma certa quantidade de veículos, pois fatalmente a Polícia chegará ao veículo roubado”, destacou. A desarticulação desse esquema de corrupção faz com que o número de roubo e furto de veículos caia grandiosamente”.
Os acusados responderão pelos crimes de peculato, furto, associação criminosa, receptação e inserção de dados falsos em sistema. Do Ver-o-Fato, com informações de Luiz Cláudio Oliveira, da assessoria de comunicação da Polícia Civil)
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