Reza a lenda que as pessoas votaram rápido porque, além de ser apenas 2 candidatos, os eleitores já estavam convictos e objetivos na sua escolha. Mas, parando para uma observação mais minuciosa, é fato que o constrangimento provocado pela foto do e-título, ou mesmo daquela contida no papel de assinatura, foi determinante para que os eleitores agilizassem as coisas.
A feiura ali contida virou meme e viralizou. Finalmente conseguiram superar nossa foto no RG.
A explicação generalizada para as fotos não nos favorece, porque está no dia do cadastro. Geralmente agendado, não nos é avisado que vamos fazer uma fotografia. Ninguém vai se cadastrar com mínimo de vaidade, tendemos a chegar em cima da hora e filas fustigam qualquer feição feliz.
Posamos para a foto esperando apenas que aquele processo termine logo. Então, finalmente, no dia da eleição, nos damos de cara com o próprio desleixo, com os traços do rosto que só a arte abstrata entenderia ou, talvez, nossas mães, com o seu amor que tudo supera.
Pior do que a foto do terror, apenas as imagens de centenas de santinhos jogados pela rua. Bem que achei estranho que, em plena madrugada, alguns conhecidos que nunca gostaram de escola estivessem lá por perto. Jogam na esperança de pescar o eleitor que não tem candidato e escolhe aleatoriamente um santinho desses no chão.
Se sempre se repete, é porque deve dar certo e a fiscalização é falha. Aliás, vale ressaltar que havia santinhos de candidatos de todos os espectros ideológicos, mas é cômico que muitos deles fosse de um candidato do Partido Verde. É mole?
Essa sujeira tem se tornado um problema tão dantesco que virou comentário certo para quem está descrente com a política. Porque é explícito que um possível ganho eleitoral está acima de algo que pode gerar ruas cheias com qualquer chuvisco de meia hora.
A foto do e-título e os santinhos no chão vão para o segundo turno de feiura da eleição. A briga é boa. As duas coisas constrangem, consternam e avacalham a festa da democracia.
Discussion about this post