O tribunal do crime – denominação imposta por organizações criminosas que peitam o Estado inerte – fez mais uma vítima. Para variar, com extrema crueldade, deixando chocados os moradores de uma área conhecida pela violência. E a própria população de Belém, à mercê da criminalidade.
A vítima, julgada e condenada à morte, teve um destino que só a barbárie concebe: foi decapitada. A cabeça ficou sobre uma estrutura de metal, enquanto o resto do corpo foi atirado no mato. Segundo moradores da rua São João, no conjunto Panorama XXI, bairro da Cabanagem, o jovem identificado como Marcos Lourran Aquino dos Santos, que seria usuário de drogas, cometeu o erro de dar calote em um traficante, deixando de pagar R$ 23,00.
Ele passou a ser caçado pelas ruas do bairro e foi avisado que seria morto caso não pagasse a dívida. Marcos parece não ter dado bola para as ameaças. Ele continuava a transitar pelas ruas, mas os criminosos não perdoaram.
Uma fonte do bairro contou ao Ver-o-Fato que o rapaz foi localizado, agarrado e levado para uma área deserta, na tarde desta quinta-feira, onde os carrascos fizeram o julgamento e decretaram a pena capital. O resto, todos comentam: “o Marcos teve um fim horrível”, resumiu um morador. O Ver-o-Fato teve acesso às fotos, mas não irá divulgá-los.
A polícia esteve na área e investiga o caso. Enquanto isto, os “juízes” mantém a regra do tribunal: comprou drogas, não pagou, é morte na certa. E da pior forma possível, para dar exemplo a outros usuários.
O poder paralelo do crime mostra à segurança pública do Pará do que é capaz. Mais uma vez. Impunemente. Para o horror da população indefesa.