A Polícia Federal (PF) prendeu quatro pessoas nesta semana no Rio de Janeiro por participarem de um esquema sofisticado de disseminação de desinformação contra candidatos das Eleições Municipais de 2024. A operação, revelada pelo programa Fantástico neste domingo (15/09), expôs uma quadrilha que utilizava o chamado “teatro invisível” para espalhar notícias falsas nas ruas.
De acordo com as investigações, os criminosos contratavam atores para encenar falsas acusações contra políticos concorrentes daqueles que os contratavam. O grupo atuava em 13 municípios do estado, e as encenações ocorriam em locais públicos, onde os “agentes de ação”, como eram chamados os atores, abordavam eleitores para influenciar suas opiniões com base em informações fraudulentas.
Cada ator recebia R$ 2,5 mil pelo trabalho, enquanto os coordenadores de cada célula do grupo ganhavam R$ 5 mil.
A organização criminosa era liderada por Roberto Pinto dos Santos e Bernard Rodrigues Soares, ambos presos durante a operação desta semana. As investigações revelaram que o esquema vinha sendo operado desde 2016, manipulando eleições municipais por meio de campanhas de difamação. Além dos dois líderes, os supervisores André Luiz Chaves da Silva e Ricardo Henriques Patrício Barbosa também foram presos por ordem do juiz Bruno Ruliere, que decretou as prisões na última quinta-feira (12/09).
O método de “teatro invisível” foi descrito pela PF como uma estratégia criativa e preocupante, uma vez que as informações falsas eram disfarçadas em conversas casuais, aparentemente orgânicas, o que aumentava o potencial de convencimento do público. A operação, além de prender os principais envolvidos, visa desmantelar por completo o grupo, que vinha influenciando o processo eleitoral de maneira ilegal e perigosa.
As prisões marcam um passo importante no combate às fake news no período eleitoral, uma prática cada vez mais sofisticada e que coloca em risco a integridade do processo democrático. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e apurar a extensão dos danos causados pela quadrilha.