A violência urbana em Belém alcançou novos patamares de brutalidade. Execuções sumárias, realizadas em plena luz do dia, têm aterrorizado a população, que assiste impotente à escalada de homicídios praticados por matadores em motocicletas. No último sábado (11), Wallace Gustavo Silva dos Santos, pilotando sua própria moto, foi mais uma vítima dessa triste estatística.
O crime ocorreu no cruzamento das ruas Presidente Pernambuco e Gentil Bittencourt, no bairro Batista Campos. Segundo informações da Polícia Civil, Wallace foi surpreendido por dois homens em uma moto. Sem chance de reação, foi alvejado por disparos de arma de fogo. Mesmo ferido, ainda tentou conduzir sua motocicleta, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Os assassinos fugiram rapidamente e, como em tantos outros casos, permanecem foragidos.
O modus operandi é sempre o mesmo: criminosos agem de forma fria, utilizam motocicletas para facilitar a fuga e, em questão de minutos, mais uma vida é ceifada. A população, acuada, convive diariamente com o medo de ser a próxima vítima. A ausência de capturas e punições reforça o sentimento de impunidade e a fragilidade do sistema de segurança pública.
Embora a Polícia Civil tenha informado que equipes da Delegacia do Comércio estão empenhadas na investigação, com perícias realizadas e testemunhas ouvidas, o histórico de resolução de casos semelhantes é desolador. A dinâmica ágil dos crimes, somada à falta de policiamento ostensivo e inteligência estratégica, cria o cenário perfeito para que os matadores continuem a agir livremente.
Casos como o de Wallace são emblemáticos de uma sociedade que naturaliza a violência extrema. A cada nova execução, cresce a descrença da população em relação ao Estado e suas instituições. O medo transforma-se em silêncio, e o silêncio alimenta ainda mais o ciclo de violência.
Onde está a solução?
Enquanto não houver investimentos massivos em inteligência policial, maior fiscalização e políticas públicas voltadas para a prevenção, Belém continuará refém do império da impunidade. É necessário combater não só os sintomas, mas também as causas desse fenômeno: desigualdade social, falta de oportunidades e a ausência de ações concretas para desarticular redes criminosas.
Belém não pode se acostumar com cenas de violência inaudita. É urgente que as autoridades rompam a inércia e devolvam à população o direito de viver sem medo. O futuro de uma cidade inteira depende disso.