Cabral sofria ameaças e procurou autoridades |
A polícia ainda segue pistas, embora com dificuldades logísticas devido a inúmeras rotas de fuga, para localizar e prender os dois pistoleiros que mataram ontem à tarde a tiros Carlos Cabral Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria. Ele foi executado com quatro tiros na cabeça, por volta das 16 horas, na Avenida 22, Setor Planalto, naquela cidade.
De acordo com as últimas informações chegadas ao Ver-o-Fato, homens das polícias civil e militar fazem barreiras e buscas na região coberta pela rodovia BR-155 no sentido de Redenção, direção que os pistoleiros tomaram na fuga. Os matadores estavam em uma moto Honda Biz, preta, cuja placa não foi identificada e usavam capacetes escuros, segundo as primeiras informações colhidas pela Polícia Civil.
Os quatro tiros, provavelmente foram disparados de revólver calibre 38, suposição reforçada pelo fato de que não foram encontradas cápsulas no chão, como acontece quando os disparos são de pistola.
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Cabral, como era mais conhecido, segundo informações levantadas, estava recebendo ameaças de morte, por conta de sua atuação em área de invasão na região conhecida como Paredão. O líder rural ainda chegou a ser socorrido por uma ambulância do Samu e removido ao Hospital Municipal de Rio Maria, mas não resistiu aos ferimentos.
Ele foi presidente várias vezes do STR, teve a vida marcada por ameaças e tentativas de homicídio. Era, inclusive, casado com uma filha do sindicalista João Canuto, assassinado em 1985, também em Rio Maria. Ainda na década de 1980, quando do assassinato dos irmãos José e Paulo Canuto, Carlos Cabral também correu risco de morte, mas conseguiu escapar.
Em janeiro de 2013, segundo matéria do jornal Opinião, de Marabá, Carlos Cabral Pereira denunciou às autoridades de Rio Maria que estaria sendo ameaçado de morte. Tudo teria começado quando, para provar sua inocência em uma acusação de desvio de verbas do sindicato, teve que denunciar membros da diretoria anterior, que foram condenados a devolver aos cofres públicos a importância de R$ 1 milhão.
Segundo Cabral, alguns membros da administração anterior do sindicato teriam lhe ameaçado, caso ele insistisse em ficar na presidência do sindicato. Cabral, na ocasião, procurou a Justiça de todas as formas, tendo protocolado documentos na Promotoria Estadual de Rio Maria, Delegacia de Polícia Civil de Rio Maria, e em todos os órgãos responsáveis pela Segurança Pública.
Desde 2001 o nome dele constava em uma lista de “pessoas marcadas para morrer”, criada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Comissão Pastoral da Terra – CPT do Pará. (Do Ver-o-Fato, com informações do blog do João Carlos)
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