O cantor e compositor pernambucano Paulo Diniz morreu nesta quarta-feira, 22, em sua casa, em Boa Viagem, Recife. Paulo era o autor de músicas como Bahia Comigo e Pingos de Amor, que ganhou uma regravação de sucesso feita por Paula Toller. A produção do artista informou que ele morreu por volta das 7h, de causas naturais. O velório e enterro serão restritos para amigos e familiares e vão ocorrer nesta quinta, 23, às 10h. O local não foi divulgado.
Paulo Lira de Oliveira, nascido na cidade de Pesqueira em 24 de janeiro de 1940, tinha uma filha e duas enteadas, além da mulher, Iluminata Rangel, e três netos e dois bisnetos. Seu maior sucesso se deu nos anos de 1970, quando já havia se mudado para o Rio de Janeiro.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), lamentou a morte de Paulo Diniz em uma nota oficial publicada na tarde desta quarta. “Pernambuco perdeu um grande nome da música popular”, ele disse. “Fez carreira no sudeste trabalhando ao lado de grandes nomes da música brasileira, mas sempre manteve as raízes fincadas no seu estado natal, para onde retornou consagrado. Quero externar meu pesar e minha solidariedade aos seus familiares, amigos e muitos fãs, neste momento de profunda tristeza”, completou.
A vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) também se manifestou. “Esse pernambucano querido escreveu uma das músicas mais belas e conhecidas do nosso cancioneiro. Pingos de Amor atravessa gerações, mas não foi a única composição genial da sua lavra. Daqui, nossa homenagem nessa despedida e um abraço fraterno e solidário a Iluminata, sua esposa, e toda família, amigos e fãs – como eu – deste grande ícone da música brasileira”.
Sucessos e carreira
Nos anos 1980, o cantor chegou a interromper a carreira artística por conta de uma esquistossomose contraída em um banho de rio no interior de Minas Gerais. A doença demorou a se manifestar e quase o deixou paralisado. Recuperado, Paulo Diniz ele retomou a carreira nos anos 2000, em cadeira de rodas, quando já tinha residência fixa no Recife.
Em dezembro de 2019, Paulo Diniz voltou aos estúdios para gravar “A música da minha vida”, parceria com o percussionista Jam da Silva.
Nascido na cidade de Pesqueira, o cantor Iniciou a carreira artística trabalhando como crooner e baterista de cabarés. Em Recife, atuou como ator e locutor na Rádio Jornal do Comércio, e, no fim da década de 1950, mudou para o Ceará a fim de trabalhar como ator. Em 1964, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi trabalhar como locutor na Rádio Tupi e, mais tarde, enveredou pela Jovem Guarda.
Em 1967, Paulo Diniz foi morar no Solar da Fossa, onde conviveu com futuros astros da música brasileira, como Paulinho da Viola e Caetano Veloso. Mais tarde, lançou os LPs “Brasil, brasa, brasileiro” e “Quero voltar pra Bahia”, que além da faixa-título (inspirada em cartas que Caetano escrevia do exílio para o jornal “O Pasquim”), trazia “Um chope pra distrair” e “Ponha um arco iris na sua moringa”, clássico da música do desbunde hippie.
Em 1974, o cantor fez sucesso com a gravação de “E agora, José?”, poema de Carlos Drummond de Andrade musicado por ele. Em 1976, Diniz repetiu a dose com “Vou me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira. Em 1978 lançou o LP “É marca ferrada”, do qual se destacaram “Me leva morena”, (parceria com Marconi Norato e Juhareiz Correya) e “Severina Cooper (It’s not mole não)” (de Accioly Neto).
Ouça o sucesso Pingos de Amor:
Ouça Quero voltar pra Bahia:
Ouça E Agora, José: