Uma amiga me contou que o namorado não foi amável com ela. Depois de muita dor de cabeça, confusão e idas e voltas, finalmente terminaram. O pior é que ele ainda ficou no ciclo de amigos. Não tinha para onde correr. No começo foi lindo, no fim, uma tragédia.
Passaram seis meses, essa amiga disse que tinha algo um tanto embaraçoso para me contar. Durante a festa, depois da aula, me contaria.
— Um amigo, que admiro muito, estava prestes a ir para uma festa comigo e mais algumas pessoas, dentre elas a amiga acima. A festa foi extremamente divertida, todos dançaram muito, conhecemos muita gente nova. Perto do fim, o tal amigo chama eu e minha amiga para o canto e diz que tem algo para confessar.
Minha amiga, um tanto nervosa, pestaneja mas enfim confessa: eu sou bissexual. Continuou: sabe aquela história de namorado? pois é, na verdade era uma menina que conheci aqui na universidade.
Meu amigo fez uma rodinha e entre nós disse que iria contar uma coisa, mas que não deveria ser dito para ninguém; contou: eu sou gay.
Sinceramente, não foi uma surpresa saber que nosso amigo era gay, era visível, digamos assim, no seu jeito de ser. Surpresa seria se ele não fosse.
Já minha amiga, a surpresa foi devido ao tempo que ela levou para me contar. Assim que me contou, eu até ri. Porque passou pela minha cabeça que ela estaria grávida ou que fez algo fora da lei, sei lá.
Os dois eram pessoas trabalhadoras, donos de si, emancipados em vários aspectos. Então, por que mesmo para um amigo tão próximo tiveram receio de contar algo que diz respeito tão somente a uma escolha sua? De seu foro íntimo? Pensei, pensei, entendi: medo. Medo de parte do mundo que não respeita algo que aflora do coração de cada um, que não define caráter, que não faz mal a ninguém, que é somente uma forma a mais de amor, demasiado amor.
Então, no mês do Orgulho LGBT, dê uma chance e aceite, se não aceitar, respeite. No fim, somos todos seres humanos e iremos para o mesmo lugar. O respeito e amor certamente não vão mudar o mundo, mas não deixarão pior do que está.
Tenho fé que sim.
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