A acusação é de contrato com uma empresa que forneceria materiais de construções para a realização de obras no município. A denúncia é sobre dois contratos firmados com a empresa RKA Comércio e Serviços, para a compra, sem licitação, de mais de R$ 1 milhão.
Segundo a denúncia, além dos contratos terem sido feitos sem licitação, como manda a lei, a sede da empresa de materiais de construção contratada pela Prefeitura de Marituba fica em uma igreja evangélica, na Travessa Armando Rodrigues da Silva, sem número, no município de Peixe-Boi.
Os dois contratos assinados com a empresa RKA, como mostram as cópias, são idênticos e foram feitos através da Secretaria Municipal de Administração (Semad), no valor de R$ 562.146,47 e da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), no mesmo valor. No total, o valor dos dois chega a R$ 1.124.292,94.
Conforme a denúncia, pelos contratos firmados com a Prefeitura de Marituba, que fica na Região Metropolitana de Belém, a empresa RKA deveria funcionar no município de Peixe-Boi, na Região do Rio Caeté, a mais de 120 quilômetros de distância, porém, no endereço fornecido no contrato funciona a igreja evangélica Comunidade Pentecostal A Luz da Palavra. Não foi visto no local nenhum tipo de depósito de material de construção.
Vizinhos da igreja evangélica disseram que desconheciam a existência de uma empresa de material de construção no local e afirmaram que o pastor da congregação mora ao lado do prédio. Ainda de acordo com a denúncia, quem agilizou os contratos com a empresa fantasma foi o secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano de Marituba, Coaraci de Souza Dias, que tomou posse junto com a prefeita.
Em menos de uma semana no cargo, ele teria solicitado à prefeita as compras de urgência, sem licitação, pegando “carona” em uma transação patrocinada pela Prefeitura de Santarém Novo.
O Ver-o-Fato teve acesso a diversos documentos, fotos e vídeos e, com base neles, procurou a assessoria de comunicação da prefeitura para ouvir a versão da prefeita Patrícia Mendes sobre as supostas ilegalidades. A assessoria indicou para falar um diretor da Secretaria de Administração, de prenome Luciano, mas ele, contatado por mensagem de celular, não respondeu ao pedido de esclarecimento sobre os contratos.