O corpo de Samara Mescouto, a jovem de 20 anos, mãe de três filhos, que foi estuprada e assassinada provavelmente por dois homens, em Marituba, vai ser sepultado nesta segunda-feira, em um cemitério particular. A família informou que não haverá velório por causa do adiantado estado de decomposição do corpo.
De acordo com um parente, ela foi asfixiada com um saco plástico e teve o rosto e partes do corpo retalhados por faca ou outro objeto similar, ficando irreconhecível. O caixão vai sair do Instituto Médico Legal lacrado direto para o cemitério Max Domini, onde haverá uma homenagem à jovem.
Samara e outras quatro jovens foram atraídas para uma cilada através de anúncios de serviços na rede social Facebook, em que os dois homens presos e provavelmente outros comparsas, usavam perfis falsos para lançar a “isca”, demostrando interesse no trabalho ofertado pelas moças.
Ela era sobrinha de criação do deputado federal e delegado Éder Mauro, que atuou nas investigações para prender os dois acusados. Samara desapareceu na sexta-feira (10) quando saiu de casa para atender uma suposta cliente em Marituba, um trabalho de cabeleireira.
O corpo dela foi encontrado no domingo (12) pela polícia. Houve grande mobilização popular, através das redes sociais, porque outras mulheres também estavam desaparecidas nas mesmas circunstâncias.
Ao menos outras quatro moças foram estupradas ou agredidas e roubadas por um adolescente de 17 anos, membro da quadrilha e com passagem pela polícia. A polícia, porém, não descarta a existência de outras vítimas e ainda não pode definir o número exato de homens envolvidos. O menor e um adulto já estão presos e as investigações continuam. Cinco inquéritos foram abertos pela polícia para apurar os crimes.
Os maníacos jogavam a “isca” para todos os lados para atrair as vítimas, com quem marcavam encontro na praça Matriz de Marituba, utilizando perfis falsos de mulheres. No local, o menor usava uma motocicleta ou uma bicicleta para levar as moças para um matagal localizado próximo do conjunto Beija-Flor, perto da residência onde mora. Ele já confessou a participação na morte de Samara Mescouto.
Celulares e calcinhas
Segundo a polícia, com o adolescente foram encontrados os aparelhos celulares utilizados para entrar em contato com as vítimas, além de uma camisa de mototaxista usada como disfarce, a motocicleta e a bicicleta usada por ele para levar as jovens até o local dos crimes. No matagal onde ocorriam os crimes, a polícia encontrou calcinhas, peças de roupas e objetos pessoais das vítimas.
No dia 3 de janeiro passado – ainda de acordo com a polícia – uma moça de 20 anos, residente em Benevides, foi estuprada e roubada após anunciar seus produtos de beleza no Facebook. Da mesma forma, uma suposta cliente encomendou itens de maquiagem e combinou o encontro na praça Matriz de Marituba, onde ela foi apanhada pelo menor vestido de mototaxista e levada para o local dos crimes.
Repercussão e comoção na cidade
Após a divulgação e repercussão da morte de Samara Mescouto, dos estupros das moças e da prisão de dois acusados, centenas de pessoas usaram as redes sociais para comentar o assunto. Algumas mulheres que oferecem serviços no Facebook disseram que tiveram contato com os criminosos.
Uma delas reproduziu a conversa que teve com um dos criminosos pelo WattsApp. Milly Ribeiro disse recebeu mensagem do número usado nos crimes marcando encontro com ela, que anunciou sua mercadoria pela OLX, um site de vendas. “Eu tô em choque só de pensar que eu poderia ser mais uma vítima”, postou ela.
Veja a conversa e a postagem:
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