A crueldade contra animais e o total desrespeito às leis chegam a níveis inaceitáveis na fazenda Mutamba, em Marabá, no sudeste do Pará. Vídeos enviados ao portal Ver-o-Fato mostram cenas devastadoras: gado esquelético, sem forças até para se levantar, agonizando no chão devido à fome. Além disso, esse gado é impedido de tomar vacina contra doenças.
O pecuarista Sérgio Mutran, em tratamento de saúde, foi notificado por órgão sanitário do governo do Estado de que sofrerá punições caso a vacinação não seja feita em 30 dias. Em uma fazenda localizada a 11 quilômetros da Mutamba, uma virose atacou o gado e, por conta disso, todos os pecuaristas de fazendas próximas terão que vacinar os animais para prevenir uma epidemia na região.
Tudo isto está acontecendo porque criminosos armados, que há anos invadiram a propriedade estão impedindo os empregados da fazenda de levar os animais para áreas onde possam se alimentar e ser vacinados. Quando não morrem de fome, muitos dos animais estão sendo mortos a tiros pelos invasores, que distribuem a carne entre eles.
Essa situação de barbárie não é apenas uma afronta ao produtor rural, que gera empregos e riqueza para o Pará, mas também um ataque direto à vida e ao bem-estar dos animais. O governo do estado, comandado por Helder Barbalho, assiste inerte o quadro dantesco, enquanto o terror se espalha pela fazenda, sem que as decisões judiciais que garantem a reintegração de posse sejam cumpridas.
Onde está a polícia, que deveria garantir a ordem e a proteção?
Enquanto isso, o decreto estadual que obriga os pecuaristas a vacinarem o gado segue em vigor. Se os animais não forem vacinados, os produtores são punidos com o impedimento de comercializar o gado. Mas como vacinar os animais se a fazenda está tomada por um grupo armado que impede qualquer ação de manejo e continua destruindo o que resta da propriedade?
Os criminosos fazem o que bem entendem e rasgam as leis, botando fogo na reserva legal da fazenda, roubando bens da propriedade e ameaçando matar os empregados, além de anunciar que a qualquer momento invadirão a sede da fazenda para tomar conta de vez das terras
Um chamamento ao governador
A pergunta que não quer calar é a seguinte: onde está o governo do Pará, que prometeu proteger os cidadãos de bem? É inconcebível que uma propriedade produtiva seja refém de criminosos, e o governo permaneça passivo.
Governador Helder Barbalho, o senhor é responsável por garantir a lei e a ordem. Está nas suas mãos fazer com que a polícia atue com rigor contra esses invasores, assegure a vacinação do gado e proteja a vida dos trabalhadores. Até quando essa omissão vai prevalecer?
O Pará não pode ser terra sem lei. O que está acontecendo é uma afronta à justiça e à dignidade humana, além de crueldade contra os animais.
E não esqueça, governador, que o que está acontecendo na fazenda Mutamba é um espelho que será refletido na COP-30, em novembro de 2025, um evento que o senhor tanto preza e para o qual gasta milhões em publicidade, além de fora do Pará fazer discursos a toda hora, pregando respeito ao meio ambiente e à vida, enquanto dentro do estado o senhor sequer faz o dever de casa.
Pense nisso e ponha a mão na própria consciência, provando que ainda não a perdeu.
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