O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) deve ser nomeado ministro nesta segunda-feira (20), em cerimônia liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Perde a pasta da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, que 10 em cada 10 brasileiros nunca ouviram falar.
Planos
Lula tem planos para Boulos. Enxerga no aliado potencial para voos mais altos em futuro próximo, mas não se sabe se vai pedir que ele saia do PSOL e embarque no PT. Há resistências consideráveis a Boulos nas divisões ideológicas do petismo.
Qual o trabalho?
Poderiam vir a público também, vários titulares do primeiro escalão do governo Lula para explicar ao distinto pagador de impostos, o que fizeram desde 2023. A lista é longa, mas liderada com invulgar vantagem pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Indícios de radicalismo
É quase certo que com a nomeação do ultraesquerdista Guilherme Boulos, Lula aposta no que tem dado certo: a retórica radical dos defensores dos pobres [eles], contra os ricos [todos os demais].
Exaustivo treinamento
Guilherme Boulos é tão obcecado por Lula que, de acordo com pessoas próximas, passa horas em frente ao espelho para decorar e imitar caretas, trejeitos e até cacoetes de Lula quando discursa em público.
“Bastar alguns segundos para que se identifique que Boulos imita Lula com todo esforço”, disse a fonte.
— O esforço do chefão do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), apontado por adversários como um movimento social criminoso, deu certo.
“O limpa da vingança”
A Coluna ainda não desvendou quem é o padrinho do superintendente da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA) no Pará, Jesus de Nazareno Magalhães de Sena, exonerado no “limpa da vingança” da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais. Mais de mil nomes foram degolados no expurgo petista após a humilhante derrota da MP do Taxa Tudo.
Abacaxi com casca
O governo conta com a aprovação de pautas prioritárias a serem votadas pelo Legislativo como o fim da escala 6×1 e a PEC da Segurança Pública, vitrines para a corrida presidencial que se avizinha. Com o “limpa da vingança” de Gleisi a tarefa é quase impossível, antecipando derrotas vexatórias ao governo na Câmara dos Deputados.
Envelopamento
Caso as medidas sejam aprovadas, tarefa que a oposição promete não ocorrer, o marqueteiro ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Cardoso Palmeira, e sua equipe, terão que correr para envelopar as medidas em linguagem de propaganda, antes da vedação legal da justiça eleitoral.
Isenção do IR pode atrasar
Aprovada com o apoio de 493 entre 513 deputados na Câmara dos Deputados, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, por sua vez, ainda pode voltar para a Câmara caso sofra alterações no Senado. Uma batalha nos bastidores está em curso e é travada pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e seu arquirrival, senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da matéria no Senado.
“Surto” no MDB
Chama a atenção o “surto” do MDB nas últimas votações na Câmara dos Deputados. A sigla reduziu a fidelidade ao Planalto e lidera a infidelidade, movimento replicado por PP, União Brasil e PSD, cujas taxas de apoio seguem abaixo do início do mandato. O distanciamento coincide com a articulação da direita em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e resultou em derrotas estratégicas, como a caducidade da MP que substituía o aumento do IOF.
Senado
No Senado, o cenário é distinto: o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) está matando no peito e se mantém próximo de Lula, atua como fiador dos interesses do Planalto e tenta emplacar Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta no STF, mas dará com os burros n’água. Lula já teria batido o martelo para emplacar sua versão de um indicado “terrivelmente evangélico” ao STF: o advogado-geral da União, Jorge Messias, o famoso “Bessias”, da era Dilma Rousseff.
Taxad vezes três
A equipe econômica liderada por Fernando Haddad na Fazenda precisa recompor o orçamento após a derrubada da MP alternativa ao reajuste ao IOF, a MP Taxa Tudo. As apostas são três: mais impostos, mais impostos, e mais impostos.
— Ora bolas!
Dia de CPMI da roubalheira
CPMI do INSS agenda para as 16h desta segunda (20) depoimentos sobre R$ 1,1 bilhão em descontos indevidos e bloqueio de denúncias envolvendo Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades.
Os ilustres convidados
Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), deverá explicar supostos descontos indevidos que somam mais de R$ 1,1 bilhão em benefícios de aposentados e pensionistas. Já Tonia Andrea Inocentini Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), relatará aos parlamentares o que teria barrado suas denúncias e os pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com associações e sindicatos.
Val-André Mutran é repórter especial para o Portal Ver-o-Fato e está sediado em Brasília.
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