Ele estava no local na hora em que os bandidos do Novo Cangaço começaram o assalto. Alessandro Moraes, o “Sandro”, de 25 anos, locutor que trabalhava em lojas da cidade, anunciando os produtos à venda, foi morto a tiros ao ser mantido refém juntamente com dezenas de pessoas. Outra vítima levou um tiro na perna e está internada em hospital de Cametá, mas sem gravidade.
De acordo com o relato do repórter da TV Cametá, Azenildo Melo, o locutor seria um dos sequestrados e levados como refém, mas tentou escapar. Foi quando um dos assaltantes deu um tiro na cabeça dele. O rapaz morreu na hora. Amigos fizeram homenagens ao jovem nas redes sociais, que era uma pessoa tranquila e pagou com a vida o fato de estar na hora errada e em local errado.
“Um parceiro, um irmão, um amigo, perdi não só um amigo, um parceiro dos palcos, um colega de profissão (locutor), tínhamos em comum o amor pela música e pela locução, levarei comigo as lembranças dos momentos vividos com amigos através de nossa amizade. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, postou o cantor Jackson Lopes, que trabalhava com Sandro.
“Um rapaz trabalhador foi morto! Aqui tá um silêncio perturbador, acordamos hoje sem o seu bom dia. Os lojistas da Angelo Correa sentirão falta da sua alegria. Ficava todo dia cantando, fazendo propaganda da farmácia do povo trabalhador. Mexia com todo mundo que passava. Ainda sem acreditar”, postou Roseth Queiroz no Facebook.
A ação dos bandidos foi gravada por diversos vídeos postados em redes sociais. Um dos reféns, solto, ainda em estado de choque, pediu ajuda a moradores e foi abrigado em uma residência. “Eles bateram muito na gente, foi horrível”, relatou.
No primeiro vídeo, um homem pergunta: “o que é essa parada aí, mano. É polícia que tá atirando?” Outra voz , responde: ” é assalto no Bradesco”. E alerta: “não mete a cara assim, não”, alertando a quem pretende sair à rua para ver o que está acontecendo. “Fica tranquilo aí no bar, que vou te chamar. Fica aí, não sai daí”, recomenda outra voz.
“É assalto no banco aqui, muito tiro”, diz a voz em outra filmagem. Ouvem-se muitos disparos de arma de fogo e a voz completa: “estão assaltando o Banpará aqui de Cametá. Deus do céu, é muito tiro, olha só”. Alguém comenta: “a coisa está feia lá fora, eles estão com uns 50 reféns”. Essa outra filmagem é feita bem próximo ao local do assalto. A gravação com celular é feita pela fresta de uma janela.
Outra gravação: “corre daí, pessoal, eles estão vindo pra cá. Chegou um carro, lá. Na frente do Osório. Eles estão trazendo os reféns aqui pro rumo da Extrafarma, agora”. O relato é de um morador de Cametá que gravou um dos vídeos com melhor conteúdo do que foi o assalto nesta cidade da região do Baixo-Tocantins, na madrugada de hoje.
“Tem um carro, lá, dando apoio (aos bandidos) e outro que dá ré. Acho que eles vão pegar esse carro preto. (tiros são ouvidos, na gravação). Em outra sequência das filmagens, uma camionete passa na rua, com os reféns na carroceria. Mais tiros são ouvidos e atrás da camionete passa um outro veículo, ocupado pelos bandidos.
Mais adiante, em outra filmagem, aparece um jovem, observando a movimentação dos bandidos. Ele está na rua, perto de um veículo. Mais tiros são ouvidos. Algumas pessoas tentam se refugiar dos tiros e correm para dentro de suas casas.
“Corre, é assalto, doido”, diz uma voz alertando outras pessoas expostas ao perigo. O barulho de tiros continua intenso. Dá para ver que na hora da fuga, pelo menos metade dos reféns é libertada. Os bandidos saem rapidamente do local.
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