Foi um resultado que não dá para esquecer, mas para lembrar e tomar como exemplo sobre o que não deve fazer dentro de campo um time que poderia ter aplicado uma goleada no adversário, ainda no primeiro. Porém, tomou sufoco e virada nos minutos finais da segunda etapa, saindo derrotado e envergonhado rumo aos vestiários, sob vaias da torcida.
Este o cenário da derrota do Remo frente ao Altos (PI), nesta noite de domingo, 19, no Baenão. Os zagueiros Lucas e Ramon marcaram os gols dos piauienses, enquanto Fernandinho anotou o gol do Leão.
A torcida azulina está coberta de razão nas manifestações que fez no estádio após o final da partida. No segundo tempo, radicalmente diferente do que fez no primeiro, quando dominou e fustigou o visitante, perdendo oportunidades incríveis de marcar, o Leão foi um time desarvorado, apático e dispersivo dentro de campo. Não deu o menor trabalho para o goleiro do Altos. Enfim, não jogou nada.
O meio-campo e o ataque deixaram de existir. Até a garra sumiu, para desespero do treinador Paulo Bonamigo, cujo pedido de cabeça pela torcida aumentou ainda mais após o vexame em casa.
Nos 10 primeiros minutos de jogo, o Remo perdeu pelo menos dois gols que pareciam certos: o primeiro, nos pés de Brenner, na pequena área, que chutou em cima do goleiro Rafael. Brenner, ainda no primeiro tempo, saiu contundido. Anderson Uchoa, afobado, chutou uma bomba por cima da trave, com o goleiro adversário batido no lance.
O gol azulino saiu aos 11. A bola chegou limpa para Fernandinho, que viu o goleiro adiantado e deu um “tapa” nela, no ângulo, pelo alto. Um golaço. Remo 1 a 0. Parecia que a noite seria de goleada. Pura ilusão de quem acreditou. O dono da casa desperdiçou gols feitos, um deles com Vanilson, que entrara no lugar de Brenner. Ele saiu driblando a zaga adversária, mas na pequena área bateu fraco e Rafael defendeu.
O atacante repetiu a dose, logo depois, também livre, e Rafael novamente salvou. Antes do final dos primeiros 45 minutos, Netto mandou um foguete na direção do gol do Altos, mas a bola explodiu na trave. O time estava bem, apesar de incompetente nas finalizações. A torcida acreditava que na fase final a “zica” iria embora e o placar aumentaria.
“Morto” em campo e dominado
Puro e ledo engano. Na volta ao gramado e logo ao trilar do apito, a torcida azul começou a ver em campo um Remo estranho, acanhado, medroso e recuado. Abriu mão completamente de atacar e deu força aos jogadores do Altos, que passaram a tocar a bola e a fazer lançamentos em profundidade, principalmente em jogadas do conhecido Elielton, ex-Leão e ex-Papão. Ele literalmente levou a defesa do Remo ao pânico, com dribles desconcertantes e passes para atacantes que vinham de trás.
A saída de Marco Aurélio, substituído por Dieguinho, no Altos, fez o time piauiense levar pressão constante sobre os azulinos, que pareciam extenuados em campo, caindo a todo instante e pedindo água, ou o socorro da maca. A torcida começou a ver que o time estava sem pernas, sem raça e sem qualquer esquema tático. Bateu o medo do empate.
Mas tanto a igualdade no placar, como a virada do Altos vieram nos cinco minutos finais da partida, já nos acréscimos. Aos 36, os piauienses tiveram um gol legítimo anulado. O bandeira marcou impedimento. Aos 45, o zagueiro Lucas calibrou o pé e, de longe, soltou um míssil que o goleiro Vinícius não conseguiu espalmar. A bola chegou ao gol forte e com efeito. 1 a 1.
O Remo desabou de vez, sem capacidade de reação. E a virada veio aos 49, com outro zagueiro, Ramon. Em cobrança de escanteio, ele subiu livre e mandou forte, por alto, no meio do gol. Vinícius viu desolado a bola chegar às redes. Vitória com méritos do Altos, que volta para o Piauí com a sensação de que cumpriu com raça e competência seu dever, conquistando três pontos.
Já o Leão, está abalado, cheio de problemas e, possivelmente, sem Paulo Bonamigo. Ele não tem mais clima para ficar no Baenão. A torcida não o quer mais. Veremos se esse é o pensamento da diretoria azulina.
Melhores momentos e gols:
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