Após apagar o nome “Barbalhão” de uma placa de publicidade da obra do estádio “Colosso do Tapajós”, em Santarém, João Batista Rodrigues de Oliveira, de 38 anos, denunciou que teve sua casa invadida e seu celular levado por delegados da Polícia Civil, como mostrou o Ver-o-Fato em matéria publicada nesta manhã, 3.
João Batista foi ainda pela manhã na delegacia registrar boletim de ocorrência e acabou detido por policiais após se envolver em uma confusão. Em um vídeo gravado no local, é possível ver que ele diz estar sendo coagido por policiais que falam em tom ríspido, com xingamentos e gritos. Chega a ser chutado por um deles. Até que em determinado momento da confusão descontrolada, ele é preso.
Em depoimento na delegacia ele diz que fez o protesto sob o sentimento de indignação pessoal, pois a placa da obra trazia uma promoção irregular da família do governador Helder Barbalho (MDB).
A polícia cobrou uma fiança de 5 mil e 500 reais, mas João Batista pediu para família dele não pagar e, segundo informações, como forma de protesto, iniciou uma greve de fome até que seja liberado.
O manifestante não só continua preso, como foi mandado para a penitenciária de Cucurunã, onde estão assassinos, traficantes e estupradores. O governador Helder Barbalho estava em Santarém, hoje, mas não se manifestou sobre o episódio.
É óbvio que a prisão e o envio de João Batista para uma penitenciária, sem culpa formada e o devido processo judicial, deve respingar na imagem do governador, já bastante desgastada pelas inúmeras denúncias de corrupção em seu governo, inclusive de repercussão em todo o país.
Esse encarceramento, sob a desculpa de desacato à autoridade, soa como um tiro no próprio pé do governo. Aliás, é preciso entender que a crítica do agora preso tinha base na lei.
Na região do oeste paraense e já por todo o estado, blogueiros e jornalistas independentes comentam nas redes sociais sobre o temor de o caso de João Batista ser uma forma de intimidação do governador contra aqueles que ousarem fazer críticas e protestos contra sua gestão.
Mas afinal, que governo “democrático” é este que não sabe conviver com críticas e ameaça, intimida e prende quem não se submete aos seus caprichos e devaneios?
Definitivamente, há algo muito errado ocorrendo no Pará. E não é com seu povo.
Veja, abaixo, as imagens de hoje, na delegacia e, ainda, o BO de João Batista: