Ao se candidatar pela Internet a uma vaga de emprego em um garimpo, em Jacareacanga, no oeste paraense, o garimpeiro Luiz Vanderlei Ribeiro não sabia que estava caindo em uma cilada: acabou mantido em trabalho escravo e escapou por pouco da morte.
A história de Luiz ficou conhecida na região, depois de ele procurar a Delegacia de Polícia de Itaituba e registrar um boletim de ocorrência, narrando sua saga. Segundo relatou, no dia 8 de maio deste ano, ele viu pela internet um anúncio de emprego para o garimpo Boa Esperança, em Jacareacanga, e se candidatou a uma vaga.
Foi assim que manteve contato com um homem identificado como Arthur Brandão, conhecido por “Bigode”, que prometeu pagar dois salários mínimos, além de fornecer alimentação, moradia e apoio. De início, Luiz ficou alegre quando recebeu R$ 380,00 de ajuda de custo. Então, embarcou em um avião com mais 14 pessoas em Belém e seguiu para o garimpo.
Quando chegou no garimpo, Luiz viu que tinha sido vítima de um crime. Ele nunca recebeu o dinheiro prometido, porque o “patrão” descontava tudo que ele pegava na cantina e ainda ficava devendo. O gerente do garimpo usava a mesma estratégia criminosa utilizada por grileiros e fazendeiros no sul e sudeste do Pará.
O garimpeiro denunciou que muitos homens faziam acertos no garimpo e em seguida eram mortos já próximos a um igarapé. Temendo ser a próxima vítima, Luiz disse que com mais dois companheiros fugiu só com a roupa do corpo, pois seu celular e documentos ficaram retidos dentro do garimpo para que não se comunicasse com ninguém.
Luiz contou que mais de uma semana depois de ter fugido, caminhando por mais de 100 quilômetros, bebendo água e comendo manga para não morrer de fome, ele chegou em Itaituba ontem, 9, procurando ajuda.
De acordo com o Portal Santarém, Luiz não encontrou apoio nos órgãos oficiais e precisou pedir ajuda para se alimentar e retornar para sua cidade de origem, Bragança, na Região do Salgado paraense, onde tem família em Ajuruteua. A mulher e filhos não sabiam o que estava acontecendo com ele, pois Luiz deixou o celular no garimpo.
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