A ociosidade parece ter batido ponto na Auditoria Geral do Estado (AGE), do governo Helder. A falta do que fazer é tamanha que, ao que tudo indica, chegou ao paroxismo. Para alguns servidores, seria apenas uma espécie de “caça às bruxas” empreendida pelo atual chefe da AGE, Rubens Barreiros de Leão.
O chefe Leão mandou abrir duas sindicâncias dentro do órgão e cobra resultados. Ou melhor, cabeças na bandeja para a devida punição. A primeira sindicância, acredite se quiser, é para descobrir – se isto for possível -, quem furtou um fone de ouvido de cima da mesa de trabalho do auditor de Finanças e Controle, Fabrício Araújo. O desaparecimento ocorreu no dia 3 passado, mas só foi comunicado à direção da AGE no dia 6. O fone tomou doril e nunca mais apareceu no lugar de onde não deveria ter saído.
“Todos os esforços foram dispendidos no sentido de identificar o autor do furto e recuperar o objeto, sem resultado positivo”, relata o chefe da AGE na instauração da sindicância. Duas auditoras de Finanças e Controle vão comandar os trabalhos para saber quem foi o autor do furto. O prazo para conclusão da sindicância é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30, caso necessário.
A outra sindicância, aberta em maio passado, é para saber quem foi o servidor da AGE que cometeu uma infração de trânsito, em junho de 2020, no valor de R$ 160, pago pelo órgão. Esse caso é ainda mais sintomático de que a falta de trabalho na AGE demanda numa sindicância que, dois anos depois do cometimento da infração, torna inútil encontrar o culpado que estava ao volante do veículo.
Até porque, segundo a própria AGE, o motorista a serviço da Auditoria até agora não foi identificado. A locadora de veículos Atlanta Rent a Car, que presta serviços à AGE, mandou a multa de trânsito ao órgão em abril do ano passado. Só agora se mexeram para apurar. A comissão de sindicância tem 30 dias para identificar o infrator, ou 60 dias, com prorrogação.
Quem sabe contratando um vidente criminológico a coisa ande e a “justiça”, enfim, seja feita, aplacando a sanha punitiva
Assédio
Vale lembrar que em junho do ano passado, uma funcionária terceirizada da AGE, com iniciais J.S. registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Seccional da Cidade Nova, contra Rubens Leão, por “assédio sexual e moral”. Ela também o acusava de a “proibir de sair com suas amigas aos finais de semana”. J.S foi demitida do órgão.
O caso foi publicado à época pelo Ver-o-Fato, que procurou o auditor-chefe para que apresentasse a versão dele. Leão negou a veracidade das acusações da terceirizada, prometendo tomar providências legais. Ele não retornou para informar sobre as medidas tomadas.
Cadê o fone de ouvido? Veja abaixo a portaria de sindicância:

Quem foi o servidor que estacionou no passeio? Veja a portaria de sindicância:

