Três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Estadual contra um servidor do Ministério Público do Pará e outros dois ex-servidores públicos, suspeitos de fornecerem informações privilegiadas a pessoas investigadas e terceiros interessados em processos, foram cumpridos ontem nos municípios de Tucuruí, Belém e Ananindeua.
Os mandados foram cumpridos por agentes do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), como parte da operação “Proditor”, em auxílio à Promotoria de Justiça de Tucuruí.
De acordo com o Ministério Público, os três mandados, executados simultaneamente, foram deferidos pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Tucuruí, em endereços localizados naquele município do sudeste paraense, na capital e em Ananindeua, na Região Metropolitana, onde residem os suspeitos.
A operação foi deflagrada com o objetivo de investigar conduta ilícita, tipificada nos artigos 317 (corrupção passiva), 325 (revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação) e 333 (corrupção ativa) do Código Penal.
Os crimes são atribuídos a um servidor efetivo, lotado na Promotoria de Tucuruí, que repassava informações sigilosas a investigados e terceiros interessados em processos e procedimentos em trâmite no Ministério Público. Em Tucuruí, as buscas foram feitas na casa do servidor do órgão ministerial, que já estava afastado de suas funções por força de decisões administrativa e judicial.
Em Belém e Ananindeua, os agentes vasculharam as residências de ex-servidores de outros órgãos públicos, lotados à época dos fatos no município de Tucuruí, também envolvidos nos crimes.
Nos três endereços foram apreendidos telefones celulares, cartões de memória e documentos físicos diversos, que serão submetidos ao procedimento de extração de dados por parte da equipe técnica do GSI e, posteriormente, serão analisados pela equipe de investigadores do Gaeco. As identidades dos investigados não foram divulgadas.