A impunidade parece ter fixado moradia
definitiva no assassinato, que neste mês de julho completa onze anos, do pequeno
produtor rural de Novo Progresso, Adilson Prestes, morto com seis
tiros disparados por pistoleiros em uma motocicleta que o
surpreenderam quando chegava em sua residência.
definitiva no assassinato, que neste mês de julho completa onze anos, do pequeno
produtor rural de Novo Progresso, Adilson Prestes, morto com seis
tiros disparados por pistoleiros em uma motocicleta que o
surpreenderam quando chegava em sua residência.
O crime teve
repercussão em todo o país, mas as autoridades do Pará nada
fizeram para que o caso fosse esclarecido. Adilson Prestes, conhecido
por Piá, era integrante da Pastoral da Juventude da Comissão
Pastoral da Terra (CPT) no oeste do Estado e também um homem marcado
para morrer.
repercussão em todo o país, mas as autoridades do Pará nada
fizeram para que o caso fosse esclarecido. Adilson Prestes, conhecido
por Piá, era integrante da Pastoral da Juventude da Comissão
Pastoral da Terra (CPT) no oeste do Estado e também um homem marcado
para morrer.
Ele esteve em Belém por diversas vezes,
denunciando madeireiros e fazendeiros poderosos de Novo Progresso e
Itaituba, acusados por ele em um dossiê entregue à Polícia Civil,
ao Ministério Público do Estado (MPE) e à Polícia Federal (PF) de
grilagem de terras, derrubada da floresta para extração ilegal de
madeira, tráfico de drogas e crimes de encomenda.
denunciando madeireiros e fazendeiros poderosos de Novo Progresso e
Itaituba, acusados por ele em um dossiê entregue à Polícia Civil,
ao Ministério Público do Estado (MPE) e à Polícia Federal (PF) de
grilagem de terras, derrubada da floresta para extração ilegal de
madeira, tráfico de drogas e crimes de encomenda.
Do esquema por
ele denunciado também participariam policiais militares da região.A família de Prestes ainda mora em Novo
Progresso. Uma irmã dele, Ivanilde, chegou a denunciar ameaças de
morte que ela e o marido vinham sofrendo depois do crime. Ela disse
que os matadores e mandantes da morte de seu irmão nunca foram
molestados pelas autoridades. Continuam livres, leves e soltos. Um
dos suspeitos de participação, conhecido por José Paulo Leite,
chegou a ter sua prisão decretada pela Justiça, mas fugiu da
cidade. Depois, obteve habeas-corpus preventivo.
ele denunciado também participariam policiais militares da região.A família de Prestes ainda mora em Novo
Progresso. Uma irmã dele, Ivanilde, chegou a denunciar ameaças de
morte que ela e o marido vinham sofrendo depois do crime. Ela disse
que os matadores e mandantes da morte de seu irmão nunca foram
molestados pelas autoridades. Continuam livres, leves e soltos. Um
dos suspeitos de participação, conhecido por José Paulo Leite,
chegou a ter sua prisão decretada pela Justiça, mas fugiu da
cidade. Depois, obteve habeas-corpus preventivo.
O promotor que investigou o caso, Mauro
Mendes de Almeida, acha que houve omissão. A Polícia Civil abriu
inquérito para apurar as denúncias de Prestes, mas encerrou as
investigações sem indiciar ninguém. O relatório “Observatório
da Cidadania”, do Fórum da Amazônia Oriental – FAOR, acusa que
em 2003, Adilson Prestes ficou 39 dias preso e foi torturado pela
Polícia de Itaituba. A acusação contra ele foi de porte ilegal de
arma. “Eu andava armado para me proteger dos pistoleiros que
queriam me matar, contratados pelo crime organizado que eu havia
denunciado”, declarou Prestes, dois meses antes de ser morto. Ou
seja, o denunciante virou denunciado.
Mendes de Almeida, acha que houve omissão. A Polícia Civil abriu
inquérito para apurar as denúncias de Prestes, mas encerrou as
investigações sem indiciar ninguém. O relatório “Observatório
da Cidadania”, do Fórum da Amazônia Oriental – FAOR, acusa que
em 2003, Adilson Prestes ficou 39 dias preso e foi torturado pela
Polícia de Itaituba. A acusação contra ele foi de porte ilegal de
arma. “Eu andava armado para me proteger dos pistoleiros que
queriam me matar, contratados pelo crime organizado que eu havia
denunciado”, declarou Prestes, dois meses antes de ser morto. Ou
seja, o denunciante virou denunciado.
Consórcio – Depois que
concedeu uma entrevista em Belém à Rede Globo, apontando quem eram
os predadores da floresta amazônica e os grileiros de terra, Prestes
foi considerado pela emissora o Chico Mendes do Pará”, no dia de
sua morte, em 3 de julho de 2004. A suspeita é de que ele tenha
sido assassinado pelo mesmo consórcio de fazendeiros e madeireiros
que havia denunciado. Uma situação idêntica à da missionária
Dorothy Stang, morta menos de um ano depois, em fevereiro de 2005.
concedeu uma entrevista em Belém à Rede Globo, apontando quem eram
os predadores da floresta amazônica e os grileiros de terra, Prestes
foi considerado pela emissora o Chico Mendes do Pará”, no dia de
sua morte, em 3 de julho de 2004. A suspeita é de que ele tenha
sido assassinado pelo mesmo consórcio de fazendeiros e madeireiros
que havia denunciado. Uma situação idêntica à da missionária
Dorothy Stang, morta menos de um ano depois, em fevereiro de 2005.
Respeitada a importância de cada
uma das vítimas, irmã Dorothy era norte-americana naturalizada
brasileira e tinha uma história de lutas em favor da reforma agrária
e do desenvolvimento sustentado das terras do município de Anapu.
Prestes, por sua vez, era um homem rude da floresta, ilustre
desconhecido, que defendia a Amazônia a seu modo. Denunciava
grileiros e predadores dos recursos naturais e era amigo dos índios
caiapós, da reserva Baú. Era uma espécie de fiscal da mata e de
sua biodiversidade. Fazia muitas vezes o papel do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) na região.
uma das vítimas, irmã Dorothy era norte-americana naturalizada
brasileira e tinha uma história de lutas em favor da reforma agrária
e do desenvolvimento sustentado das terras do município de Anapu.
Prestes, por sua vez, era um homem rude da floresta, ilustre
desconhecido, que defendia a Amazônia a seu modo. Denunciava
grileiros e predadores dos recursos naturais e era amigo dos índios
caiapós, da reserva Baú. Era uma espécie de fiscal da mata e de
sua biodiversidade. Fazia muitas vezes o papel do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) na região.
Ele sempre aparecia na tribo para
informar os índios sobre as invasões de suas terras e a retirada de
madeira. A CPT de Itaituba cobra uma resposta do Judiciário para o
crime. A entidade entende que a morte não esclarecida ou punida do
pequeno produtor rural – que andava com um grande crucifixo com a
imagem de Cristo no peito, como na foto abaixo -, envergonha o Pará
informar os índios sobre as invasões de suas terras e a retirada de
madeira. A CPT de Itaituba cobra uma resposta do Judiciário para o
crime. A entidade entende que a morte não esclarecida ou punida do
pequeno produtor rural – que andava com um grande crucifixo com a
imagem de Cristo no peito, como na foto abaixo -, envergonha o Pará
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