A via expressa do BRT foi novamente palco de um acidente. Ontem, um ônibus e uma bicicleta colidiram no trecho da avenida Augusto Montenegro que fica próximo ao Entroncamento. O ciclista teve apenas ferimentos leves e foi encaminhado para UPA da Marambaia por uma ambulância do Corpo de Bombeiros.
Este caso está longe de ser isolado, pois os acidentes na via são constantes. Quem anda cotidianamente pelo BRT, certamente já presenciou uma batida com outros veículos ou, pelo menos, já sentiu seu ônibus frear bruscamente para evitar uma colisão.
Nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, muitos ciclistas usam essa faixa exclusiva de ônibus como uma ciclovia, onde alguns deles usam até fone de ouvido, aumentando o grau de imprudência. O problema pode ser entendido pela falta de educação e bom senso de muitos ciclistas, porém, vale ressaltar que na Augusto Montenegro a via destinada para bicicletas é muito confusa e, em alguns trechos, inexistente.
Muitos trechos têm o caminho mal sinalizado, as vezes passando por paradas de ônibus onde se amontoam muitos pedestres, o que torna perigoso para ambos. Próximo da rotatória do Tapanã há um local onde essa via é interrompida por portes. Enfim, um legado de desrespeito e falta de planejamento de gestões passadas.
Além disso, a via virou uma espécie de corredor para qualquer carro da administração pública cujo motorista se ache no direito de trafegar. É normal ver veículos de diversas esferas do poder andar pelo BRT, as vezes até com farol desligado e em alta velocidade, mesmo eles não sendo de órgãos ligados ao trânsito, saúde ou segurança pública. Ficou avacalhado.
Atrelado a todo este panorama, muitos pedestres se arriscam em travessias fora da faixa de trânsito. Um trecho que vive na eminência de acontecer uma tragédia é o localizado na frente do Parque Shopping. Lá, a faixa é pouquíssima utilizada. Os passantes preferem se arriscar no trecho mais próximo do ponto de ônibus.
Os acidentes no BRT não param e, seguindo como está, devem continuar e ficar ainda pior. É urgente a manutenção e melhor planejamentos de ciclovias, além de grades que não permitam travessias fora da faixa de trânsito. Ligado a isso, um trabalho educacional em áreas críticas e maior presença de fiscalização para inibir que veículos não autorizados trafeguem pela via.
Belém carece de um trânsito mais civilizado. O dever é de todos.
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