Lembram?
Na VIDA passada estávamos tentando escapar da prisão destes tempos de isolamento usando a ação criadora – ou melhor: a imagin/ação.
E convidamos o original e único poeta peruano César Vallejo para cantar para nós uma canção utópica, que, pelo poder do Ato Poético, nos levasse futuro afora – rompendo a os limites destes tempos presentes – mesmo que ainda não saibamos como será nosso amanhã, ainda imersos, como estamos, nas dúvidas do vírus que cercou a Humanidade e deverá mudar,
profundamente, hábitos e costumes, leis, ordens e, até mesmo, os modos de afetos humanos.
Lembro o que aqui foi dito: que busquei essa saída, para atravessar as impossibilidades atuais de Ação, empregando e sugerindo que todos aprendamos e exercitemos, em nós – a potência da Imaginação.
Para nos impelir adiante, pedimos a presença, nesta série dos diálogos VIDA dedicados ao tema Imaginação, de César Vallejo. Que veio e cantou para nós:
“Todos os homens se amarão
e comerão, unidos pelas pontas de
vossos lenços tristes,
e beberão em nome
de vossas gargantas infaustas!”
E como seu poema é bastante longo, nesta VIDA ainda pode continuar cantando mais dele, assim:
“Descansarão andando ao pé deste
percurso,
soluçarão pensando em vossas órbitas,
venturosos serão e ao som
de vosso atroz retorno, florescido,
inato,
ajustarão amanhã seus afazeres,
suas figuras sonhadas e cantadas!
Uns mesmos sapatos caberão bem
ao que sobe
sem vias a seu corpo
e ao que desce até a forma de sua
alma!
Se entrelaçando falarão os mudos,
os entrevados andarão!”
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