A Secretaria Estadual de Educação do Pará (Seduc) provocou revolta na comunidade da Vila de São Jorge, no Km 18, zona rural de Igarapé-Açu, ao jogar os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Antônio Alves Ramos para estudar em um balcão rústico, cercado apenas por plásticos, sem as menores condições de proteção contra o sol e a chuva.
As fotos do galpão insalubre, onde as crianças foram obrigadas a estudar pela Seduc, neste segundo semestre escolar, foram enviadas ao Ver-o-Fato pela indignada comunidade escolar local, que pediu a intervenção do Ministério Público para tomar providências urgentes.
De acordo com uma moradora da Vila de São Jorge, localizada na Região do Guamá, nordeste paraense, a absurda condição imposta à comunidade escolar local é decorrente da não conclusão da reforma do prédio escolar, inciada no dia 28 de junho deste ano de 2022, no valor de R$ 1,9 milhão, conforme descrito na placa do governo instalada na frente daquela unidade escolar.
Como se pode ver nas fotos, o galpão foi dividido por paredes de plástico para criar a ilusão de “salas de aulas”. O galpão também não tem isolamento acústico entre as turmas, proteção contra insetos e nem climatização para viabilizar o bem-estar dos estudantes e docentes.
“Quando chove, as aulas têm que ser interrompidas, devido a inexistência das paredes laterais. Não há refeitório para os estudantes merendarem e os banheiros são inadequados ao atendimento da comunidade”, apontam ainda as denúncias.
Além do mais, afirma a comunidade escolar, a Seduc não faz nada para resolver as inadimplências do Conselho Escolar, que não recebe repasses do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) desde o ano de 2016 e acumula perdas superiores a R$ 85 mil destinados à melhoria das condições ao trabalho escolar.
“Enquanto a Seduc e o governo Helder Barbalho propagandeiam a entrega de escolas reformadas em municípios onde tem curral eleitoral do MDB, a comunidade da Escola Antônio Alves tem seus filhos e filhas estudantes jogados em um galpão insalubre, como se fossem bichos, em flagrante desrespeito aos direitos humanos e ao direito à escola de qualidade”, completou a moradora.
Como a direção da Seduc rejeita os pedidos de resposta do Ver-o-Fato, abdicando do direito de se manifestar e contraditar as informações dos denunciantes, o espaço continuas aberto às explicações do órgão público.
>>Veja a situação da escola junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)<<