O corpo da adolescente Caylane Cristina Cavalcante, de 14 anos, foi encontrado pela Polícia Civil no final da tarde de ontem (15), enterrado em uma cova rasa, em uma área de mata de difícil acesso, conhecida como mata da Ceplac, em Marituba, na Região Metropolitana de Belém.
A garota foi “julgada” e executada por bandidos de uma facção criminosa de Marituba, responsável pela distribuição de drogas na região, que a acusaram de ser informante da polícia. Ela recebeu quatro tiros de revólver, o primeiro na cabeça. Já no chão, ela recebeu mais três tiros.
Os bandidos que a mataram demostraram total falta de consideração pela vida humana e, ousados, desafiaram a polícia e a sociedade, gravando e postando nas redes sociais e aplicativos de mensagens o “interrogatório”, o “julgamento” e o “veredito”.
O vídeo mostra que depois de ouvirem a versão da garota, em que ela nega ser informante da polícia, o homem que a executou aponta um revólver para a cabeça da vítima e aguarda a ordem do chefe para disparar. A ordem não tarda e o executor atira na cabeça. Ela cai e o carrasco manda que o executor continue atirando. As cenas são impressionantes e causam revolta.
Em respeito aos leitores, o Ver-o-Fato não mostrará o vídeo impactante, uma autêntica elegia à barbárie total e a prova de que esses criminosos frios e calculistas não nutrem nenhum tipo de respeito pela vida humana. Prisão perpétua para eles, se isso existisse no Brasil, seria o mais adequado.
Mas a morte da adolescente não foi o bastante para satisfazer os instintos bestiais dos psicopatas de Marituba. Eles ainda enviaram o vídeo para a família e postaram nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, para dar o recado a todos os que ousarem contrariá-los. Eles criaram a própria lei, julgaram e executaram. O Estado não existe naquele domínio. A polícia não os assusta.
O desaparecimento e as buscas
Caylane Cavalcante estava desaparecida desde o último sábado (10), quando foi vista pela última vez ainda com vida, na companhia de outra jovem, de prenome Liliane, que também vinha sendo dada como desaparecida, mas já foi localizada pela polícia.
O delegado Adelino Souza, da Seccional de Marituba, disse que os autores e mandantes do crime já estão sendo investigados.
As suspeitas de que a garota tinha sido vítima de bandidos foram levantadas pelos próprios familiares da adolescente, que desconfiavam de que os corpos delas tinham sido enterrados em uma área de mata nas proximidades de um cemitério particular.
Parentes e conhecidos fizeram buscas em áreas de mata próximas ao cemitério Max Domini, na segunda-feira (12), para ver se encontravam as duas jovens. A Polícia Militar e a Guarda Municipal também fizeram buscas na área, mas não localizaram nenhum indicio que levasse ao paradeiro das duas.
Na terça-feira (13), as buscas foram feitas em uma área de difícil acesso na ocupação Che Guevara, no Bairro Almir Gabriel, também em Marituba. Equipes da Polícia Civil realizam diligências para localizar a garota e a amiga.
Na quinta-feira, finalmente o corpo de Caylane Cavalcante foi encontrado e removido para o Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves.
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