Como o Ver-o-Fato antecipou, ainda em dezembro do ano passado, a campanha eleitoral à prefeitura de Belém já começou. Não quente, mas sob brasas. E focada na polarização entre os dois maiores partidos do Pará: MDB e PSDB.
Não é por acaso, por exemplo, a troca de farpas e os recados diretos contidos num vídeo de 1 minuto e 26 segundos, onde aparecem provocações entre o governador Helder Barbalho e o prefeito Zenaldo Coutinho.
O governador está ao lado de um tucano encorpado, o tri-prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, que anda afinado com Barbalho desde a eleição passada.
Helder fala no vídeo em “união em favor do Pará”, palavras que, na verdade, andam desgastadas pelo mau uso político que sempre se fizeram delas ao longo de décadas. A presença de Helder e Pioneiro, juntos, ontem, 20, ocorreu em razão de uma parceria entre estado e município para asfaltamento de 5 quilômetros de ruas.
Helder começa dizendo: ” em relação às ruas de Belém, eu quero fazer um pedido Rui (?): nós vamos olhar para ver o que é possível fazer pelas ruas de Belém. Porque o problema é que obra de rua tem que envolver a prefeitura”.
Em seguida, ele dá uma alfinetada em Zenaldo: ” eu estimulo que a prefeitura de Belém possa acordar também, baixar a poeira da política e entender que nós temos que viver para construir a união em favor deste estado”. Ouvem-se palmas e gritos de apoio e o governador afirma: ” política não leva a nada”.
A resposta de Zenaldo vem no mesmo tom: “governador Helder Barbalho, desça você do palanque. A prefeitura de Belém está de portas abertas para qualquer parceria. Você pode, por exemplo, pagar os mais de R$ 12 milhões de parcerias do governo do estado com a prefeitura que foram inclusive confirmadas e atestadas no seu governo, e que você não paga”.
O prefeito provoca o governador a “também pagar a Agência de Águas e Esgotos de Belém, sem precisar que a gente entre na Justiça”. E convida Helder, mais uma vez, a “descer do palanque e vir ao diálogo”.
Zenaldo diz ainda que está disposto a discutir administração e parcerias em favor de Belém, com Helder, mas faz a ressalva: ” sem me submeter aos seus caprichos políticos”.
E os eleitores, o que pensam disso? Para eles, que vão decidir nas ruas, no dia 5 de outubro, quem está ou não com a razão, por enquanto a eleição parece ainda bem distante.
Menos para Helder, que pretende apostar suas fichas políticas num candidato em que possa trabalhar para eleger, pensando na própria reeleição em 2022. Ou para Zenaldo, que, embora nada tenha a perder, também pensa em alguém com capacidade de atrair votos e fazê-lo seu sucessor.
E assim caminha a humanidade em Belém.
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