Na noite da última quarta-feira (11), um crime brutal voltou a evidenciar o clima de insegurança no bairro do Tapanã, em Belém. Um homem — ainda sem identificação oficial — foi morto com pelo menos sete disparos de arma de fogo e deixado em frente a uma unidade de saúde da região. A execução, registrada em vídeos que circulam pelas redes sociais, levanta questões sobre a atuação de facções criminosas e a ausência do Estado em áreas periféricas da capital paraense.
Segundo relatos de testemunhas, a vítima estava dentro de uma residência quando foi retirada à força por homens armados. Minutos depois, foi alvejada a tiros em frente à casa onde, segundo informações preliminares, residia. Um dos vídeos mostra o homem caído ao chão, ainda com sinais vitais, vestindo bermuda jeans e camisa amarela, com uma segunda peça de roupa por baixo. Na gravação, é possível ouvir um morador narrando o ocorrido: “Acabaram de matar o cara aqui”.
Outra imagem divulgada mostra o corpo da vítima jogado em frente à unidade de saúde do bairro, para onde ele teria sido levado, segundo boatos não confirmados oficialmente. A morte gerou tensão entre os habitantes, que evitam comentar o caso por medo de represálias.
O que mais intriga é a identidade da vítima. Até o momento, nenhuma autoridade confirmou seu nome, origem ou se possuía envolvimento com atividades ilícitas.
Moradores relatam que o bairro do Tapanã vive sob o domínio de uma facção criminosa que impõe toque de recolher, cobra taxas do crime de comerciantes e realiza execuções sumárias.
O caso será investigado, mas, até o momento, ninguém foi preso. As autoridades solicitam que qualquer informação que possa ajudar na identificação da vítima ou dos autores seja repassada ao Disque-Denúncia (181), com garantia de sigilo e anonimato.
Enquanto isso, o silêncio e a insegurança continuam a marcar o cotidiano do Tapanã, um dos muitos territórios esquecidos onde a justiça parece não chegar — e onde o mistério da morte desse homem pode acabar se somando à longa lista de casos não resolvidos.
