O ex-deputado Wladimir Costa, preso há seis meses no Complexo Penitenciário de Americano, enviou ao Ver-o-Fato um manuscrito de entrevista, com perguntas e respostas, provavelmente elaboradas por ele próprio e entregue aos advogados, sobre os seis meses em que se encontra privado de liberdade. Ele, que acaba de ser pai pela sétima vez – a filha nasceu três dias atrás – comenta sobre os dias na cadeia, afirma ser um “preso político”, defende sua inocência e critica duramente o governo estadual.
Condenado a 12 anos de prisão por calúnia, injúria e difamação contra a deputada federal Renilce Nicodemos, do MDB paraense, Costa argumenta que sua prisão é resultado de “perseguição” por exercer sua “liberdade de expressão”.
Wlad alega que o verdadeiro motivo de sua condenação foi sua decisão de “não trair o ex-governador Simão Jatene”, mantendo-se na oposição e denunciando o que ele chama de “máquina de corrupção e regime ditatorial” no estado governado por Helder Barbalho.
Ele revela que já recebeu “mais de dez propostas para se alinhar politicamente à família Barbalho”, o que recusou categoricamente, mesmo diante de pressões. “Podem me pôr numa cadeira elétrica, não converso com os Barbalho”, disparou.”
Segundo Wlad, sua proximidade com o Dr. Daniel, prefeito de Ananindeua, a quem admira, foi um dos fatores que intensificaram os esforços para sua prisão. “Eu teria atuado diretamente na campanha de Daniel, mas fui impedido devido à minha prisão”.
Mesmo com a sentença de 12 anos de prisão, Wladimir Costa demonstra confiança de que não cumprirá essa pena. Ele comparou sua condenação a um “crime de homicídio”, questionando a gravidade da punição que lhe foi imposta por criticar publicamente uma figura política durante uma live.
Apegado à fé cristã, Costa declarou que acredita em sua libertação e confia no trabalho de seus advogados e no apoio de sua família.
O ex-deputado também reafirmou sua ideologia política de direita e, apesar das divergências, afirmou que apoiaria Eder Mauro nas eleições municipais de Belém. Além disso, enfatizou que, embora preso, não sofreu qualquer tipo de tortura ou agressão na penitenciária de Americano, ressaltando que sempre respeitou os agentes penitenciários e, por isso, é respeitado.
Por fim, encerrou a entrevista com um recado ao povo do Pará, afirmando que “o sofrimento é passageiro, mas a resistência é eterna”, e destacando sua fé de que, em breve, a “roda da vida” voltará a girar a seu favor.