A insatisfação é grande entre os motoristas por aplicativos de Belém e Região Metropolitana. Nesta segunda-feira, 9, eles vão aderir a uma paralisação de âmbito nacional que visa protestar contra as principais plataformas da modalidade. Entre as pautas estão a perda nos ganhos por corrida, segurança para os que exercem a atividade, mais informações sobre banimentos e possibilidade de defesa do motorista. A paralisação deve ser de 24 horas, a partir de 00:00h da segunda-feira.
A concentração dos motoristas acontecerá em pelo menos três pontos: próximo ao ginásio Abacatão, em Ananindeua, estacionamento do estádio Mangueirão e no complexo Ver-o-Rio. De lá partirão em carreata pelas avenidas da cidade, possivelmente até São Brás e depois para rua Barão do Triunfo, onde está localizada a sede do app mais conhecido.
A grande maioria dos motoristas vem reclamando das novas modalidades de corridas de alguns aplicativos. O 99poupa, corridas compartilhadas e modo de entrega são os modos que vêm sendo criticados.
O 99poupa, por exemplo, foi pensado para atrair usuários para horários com menor demanda de passageiros, fornecendo um preço menor do que em corridas normais. Acontece que os preços são bem baixos e atacam diretamente nos ganhos dos motoristas, fazendo com que fosse criado um movimento para desabilitar essa opção afim de pressionar o app a cancelar tal modalidade. Por ser bem mais barato, grande parte dos usuários se acostumaram a pedir apenas nessa opção.
A modalidade de entrega serve como um correio para pequenos objetos. Em muitos casos, é uma corrida mais barata, fazendo com que os usuários escolham essa opção como se fossem viagens de passageiros, gerando complicações nos embarques e nos ganhos.
A opção de corrida compartilhada também vem sofrendo muitas críticas. Nesta modalidade, o usuário pede uma corrida bem mais barata, com a condição de que possivelmente essa possa ser compartilhada com outros usuários. Os motoristas reclamam que, além do baixo ganho, as pessoas não estão pedindo o serviço com o intuito de compartilhar, mas apenas por ser uma viagem mais barata, gerando tensão e insegurança no momento de embarcar um segundo passageiro que, aliás, seria coisa rara de acontecer.

Organização e dificuldades na adesão
Apesar de a paralisação contar com o sindicato da categoria, sua principal força de organização, a mobilização e adesão se dá a partir de grupos que se reúnem no whatsapp. Mais de 100 desses grupos resolveram aderir ao movimento, porém, no interior de cada um ainda há quem seja contra a paralisação ou que até seja a favor, mas não pretende parar porque depende da renda diária para alimentação e pagamento do aluguel do carro.
Quando acontecem paralisações, os preços das corridas ficam super altos por conta da baixa oferta do serviço, o que faz muitos motoristas verem a oportunidade para ganhar lucros a mais, mas tal atitude, por vezes, gera muitos problemas com aqueles que decidiram parar. O debate gera muitas discussões nos grupos. Quem pára, acusa quem não parou de traidor. Quem continua fazendo corridas, geralmente diz que “quem não está feliz que procure outro emprego”.
Impactos esperados
Por conta da paralisação, principalmente pelo período da manhã, o trânsito deve ficar pesado nas áreas mais centrais da cidade, especialmente na avenida Almirante Barroso. Além disso, como já foi dito, os preços dos aplicativos devem duplicar. Caso chova, pior ainda.
Nesse período de chuvas fortes e insegurança nas ruas da cidade, os apps de mobilidade urbana têm sido fundamentais para locomoção dentro da cidade. Conseguir chegar aonde o transporte público não consegue e a comodidade oferecida, está entre os principais atributos que explicam a alta demanda pelo serviço.
O Ver-o-Fato adverte: é bom se preparar, essa segunda-feira promete ser complicada em Belém, Ananindeua e toda a Região Metropolitana.

Discussion about this post