Como acontece em diversas localidades deste imenso e continental estado do Pará, onde o índice de desenvolvimento humano ainda abriga padrões africanos de miséria, pobreza e exclusão social, as comunidades da Ilha do Capim, em Abaetetuba, voltam a pedir socorro ao Ver-o-Fato. A esperança é de que alguém faça alguma coisa por aquela gente abandonada e esquecida pelos poderes públicos.
Em Abaetetuba, aliás, entra gestor, sai gestor, e a vida humana que pulsa na Vila do Beja e na região do Rio Capim continua sem atenção das autoridades, como se por lá não existisse gente. É um pedaço de terra com moradores que sobrevivem sem energia elétrica, sem água potável, sem saúde, sem ponte, sem direitos adquiridos pela Constituição Federal, letra morta diante de tantas reivindicações não atendidas.
Para completar, a Covid-19 chegou à ilha, trazendo seu espectro macabro de sofrimento, sequelas e morte. O repórter Otaciano Carlos Santos, o The Otaciano, esteve no local e viu de perto, em reportagem para o Ver-o-Fato, a situação dos moradores. E também constatou a política de “terra arrasada” deixada pela administração do ex-prefeito Alcides Negrão (MDB), conhecido por “Chita”. No caso da saúde, moradora que denuncia aumento de casos de Covid, apela pela presença de médicos no posto de saúde.
A nova prefeita, Francinete Carvalho, que também já esteve no cargo por oito anos, terá a oportunidade de fazer o que não fez pelo povo da Ilha do Capim e ainda consertar os erros de “Chita”. O novo agente distrital, Carlos Afonso, presente na ilha durante a visita do Ver-o-Fato, anotou os problemas, sobretudo da ponte de madeira, quebrada e sem condições de trânsito pelos moradores, afirmando que a nova prefeita é sensível a essas questões sociais e tomará providências. “Ela vai fazer a diferença”, resumiu. Tomara que faça.
No caso da ponte, material de construção jogado fora e que poderia ter sido usado na obra, mostra o descaso da gestão de Chita com o dinheiro público, além do deboche com os moradores. A moradora Rosanete Soares, por sua vez, faz um apelo desesperado, em favor do filho, o menino Felipe, que é deficiente físico e não tem como buscar ajuda para tratar de doenças, porque não pode transitar pela ponte quebrada. É caso até de interferência do Ministério Público, fiscal da lei.
O problema da água também não foi resolvido e o que se vê são canos jogados ao longo do percurso. Os poços artesianos têm caixas d´água que não funcionam. Um descalabro. Para piorar, até uma quadra poliesportiva foi descoberta enterrada no meio do mato. Outro absurdo. Caso de polícia.
Veja as denúncias no vídeo:
Até uma quadra poliesportiva foi descoberta enterrada no meio do mato. Dinheiro público jogado no lixo
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