Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que a rejeição sexual leva moscas-da-fruta machos a aumentar significativamente o consumo de álcool. Segundo estudo publicado na revista Science, moscas machos que falham em acasalar recorrem ao álcool como uma espécie de compensação, comportamento semelhante ao observado em humanos em situações de frustração emocional.
O estudo, liderado por Galit Shohat Ophir e com participação da neurobióloga chilena Ulrike Hebertein, analisou a relação entre rejeição sexual e consumo de álcool nas moscas drosófilas. Os cientistas dividiram os machos em dois grupos: o primeiro foi exposto à rejeição das fêmeas, enquanto o segundo grupo teve acesso livre para acasalar com fêmeas virgens. Os resultados mostraram que os machos rejeitados preferiram alimentos com 15% de álcool, enquanto os que tiveram sucesso reprodutivo optaram por alimentos sem álcool.
De acordo com Ulrike, a preferência pelo álcool entre os machos rejeitados se manteve por vários dias, representando uma parte significativa da vida dos insetos, cuja expectativa de vida varia entre 26 e 33 dias. Para verificar se a rejeição era o fator determinante, os cientistas permitiram que um subgrupo de moscas inicialmente rejeitadas passasse um tempo com fêmeas virgens. O resultado foi uma queda significativa no consumo de álcool entre esses machos, reforçando a hipótese de que o comportamento está diretamente ligado à frustração sexual.
O estudo também sugere que o mecanismo de recompensa no cérebro das moscas é ativado em resposta à rejeição, destacando uma possível conexão entre o consumo de álcool e as experiências emocionais, mesmo em organismos simples. Essas descobertas podem oferecer insights importantes para entender como a rejeição social e emocional influencia o comportamento de consumo de substâncias, como o álcool, em seres humanos.
A pesquisa aponta que, embora os genes desempenhem um papel importante na predisposição ao alcoolismo, as experiências de vida também têm um impacto significativo no comportamento de consumo.
Com informações de G1 e CDLFM