Sendo um dos menores corpos rochosos do Sistema Solar, os asteroides são fragmentos de outros planetas ou materiais que não se agregaram desde o início da formação do sistema, podendo chegar a centenas de quilômetros. Esses corpos sempre mexeram com o imaginário dos seres humanos, principalmente por conta do perigo de colisão com o nosso planeta, já que é sabido que um asteroide extinguiu os dinossauros ao cair na Península de Yucatán, no Golfo do México, formando uma cratera de cerca de 200 metros de diâmetro.
Por essas e por outras que os asteroides são objeto de constante vigilância por parte de agências espaciais como a Nasa, a agência norte-americana, onde eles, depois de descobertos, são catalogados e monitorados. Uma das mais recentes descobertas veio através do paraense Antony Davi, de apenas 14 anos, estudante da Escola Municipal Honorato Filgueiras, no bairro do Jurunas, em Belém.
Antony participou da II Edição do Caça Asteroides MCTI, que é um programa em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Governo Federal, e o International Astronomical Search Collaboration (Iasc/Nasa), tendo o objetivo de popularizar a ciência entre os voluntários.
Esses novos cientistas serão capazes de fazer descobertas astronômicas originais e participar da astronomia prática, sem mesmo precisar de grande conhecimento prévio, pois têm direito a receber treinamentos online para sua missão. Ao final, ainda ganham um certificado internacional com a assinatura do ministro Marcos Pontes.
Quando o jovem Antony iniciou no programa, nem computador tinha, mas com ajuda de familiares, acabou conseguindo o aparelho e pôde desenvolver seu objetivo que faz parte do sonho de ser astrônomo. Foi preciso apenas uma semana para o garoto conseguir detectar, com ajuda do treinamento e os dados disponíveis pela agência americana de um telescópio no Havaí, o asteroide.
A Nasa continuará monitorando a descoberta, por pelo menos 5 anos, para compreender a sua trajetória, órbita e possíveis chances de colisão com a Terra, que é medido pela escala de Turim: um método de classificação de objetos próximos do nosso planeta – como asteroides e meteoros – baseado no risco de colisão e potencial destrutivo destes objetos. A escala atribui um número que vai de 0 (nenhum risco) a 10 (colisão inevitável, capaz de causar uma catástrofe global).
Quando tudo for confirmado, Antony pretende nomear a descoberta com o nome Átila Iamarino, homenageando um dos principais pesquisadores e divulgadores científicos que atua nas redes sociais no Brasil, inspirando muitos jovens a trilhar caminho no mundo dos estudos científicos.
A procura ainda não terminou, pois o jovem segue no programa e ainda pode fazer outras descobertas, o que sem dúvida é um começo promissor para quem pretende seguir fazendo ciência na área da astrofísica. ( Colaborou, David Ferreira Junior, do Clube de Astronomia do Pará)