A Faculdade de Medicina de Campos dos Goytacazes (FMC), no Norte Fluminense, analisa quais medidas tomará contra Carlos Eduardo Tavares de Aquino Cardoso, de 32 anos, acusado de atropelar e matar intencionalmente sua mãe, Eliana de Lima Tavares Cardoso, de 59 anos. O crime ocorreu na noite de 28 de outubro, quando Eliana trafegava de bicicleta elétrica no bairro Jardim Carioca.
Segundo a polícia, Carlos Eduardo acelerou o veículo em direção à mãe, que foi atingida pelas costas e morreu no local.
Carlos Eduardo, que estava no último ano de medicina, enfrenta uma dívida estudantil de R$ 347 mil junto à faculdade. Em julho, uma instituição financeira moveu uma ação na Justiça para cobrar um empréstimo feito pela família em novembro de 2021, no valor inicial de R$ 261 mil, destinado ao pagamento da faculdade do acusado.
Devido a atrasos no pagamento, o saldo da dívida chegou ao valor atual, e um imóvel da família foi dado como garantia.
A FMC instituiu uma comissão disciplinar para avaliar possíveis sanções ao estudante. A instituição informou que a análise deve ser concluída em até 30 dias, com o resultado a ser publicado em seu site oficial.
O caso é investigado pela 146ª Delegacia de Polícia de Guarus. De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, vários fatores indicam que Carlos Eduardo teve intenção de matar a mãe. O delegado destacou que o local do crime era bem iluminado, e a bicicleta elétrica amarela, de cor viva, era facilmente reconhecível, inclusive pelo próprio estudante. Testemunhas relataram que Carlos Eduardo já havia tentado destruir a bicicleta anteriormente.
Dinheiro para drogas
Segundo a investigação, na noite do crime, Carlos Eduardo teria solicitado dinheiro à mãe para comprar açaí e cigarros. Em seguida, pegou o carro do pai emprestado, comprou drogas em uma comunidade próxima e, ao retornar, encontrou a mãe e a atropelou. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ) denunciou Carlos Eduardo por feminicídio, lesões corporais culposas em outras vítimas de um acidente durante a fuga e por dirigir sob efeito de entorpecentes.
Além das acusações criminais, vídeos nas redes sociais evidenciam um histórico de violência doméstica do estudante contra a mãe, com registros de agressões verbais e físicas. A defesa de Carlos Eduardo não se manifestou, pois o advogado Márcio Marques deixou o caso após a audiência de custódia. Carlos Eduardo está atualmente preso em Itaperuna, no Noroeste do estado.