O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, pretende deixar claro já no seu discurso de posse que vai tentar “despolitizar” o Ministério Público Federal nos dois anos em que ficará à frente da instituição, segundo informa o portal O Antagonista..
A máxima é uma resposta à atuação de Rodrigo Janot à frente do MPF. Durante as conversas que teve com seu indicado para a PGR, Lula deixou claro que gostaria que o Ministério Público não fosse utilizado para perseguir adversários do próximo PGR.
“A preocupação de Lula ficou latente em pelo menos duas conversas com Paulo Gonet ao longo desse processo, conforme apurou O Antagonista. Nas tratativsas, Lula sempre citou Janot como um “mal exemplo” para a Procuradoria-Geral da República”, diz o portal.
O ex-PGR foi um dos principais algozes do PT e do atual presidente da República no âmbito da Operação Lava Jato. Graças à atuação de Janot, outros personagens foram praticamente exilados da política, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Gonet tomará posse nesta segunda-feira, 18, em solenidade que ocorrerá no Palácio do Planalto, às 10h. Lula participará do ato e deve discursar.
A expectativa é de que outros 73 subprocuradores compareçam à solenidade. Integrantes do Ministério Público do Trabalho e da Justiça Militar também foram convidados.
O procurador-geral deve assumir já na sessão da terça-feira, 19, do Supremo Tribunal Federal (STF). Espera-se que ele participe da sessão de fechamento do ano do Judiciário na Suprema Corte, a última de 2023. O Plenário volta a se reunir apenas em fevereiro.
O nome de Gonet foi aprovado na semana passada pelo Plenário do Senado, após quase onze horas em sabatina conjunta ao lado de Flávio Dino. Durante a sabatina, o novo PGR afirmou que terá uma atuação constitucional e técnica no Ministério Público.
“Sempre acreditei que, sem uma apurada visão técnica dos direitos fundamentais, a riqueza inerente à sua proclamação pelo constituinte perderia a força vinculante que lhe é própria, e se abateria o ideal de máximo respeito à dignidade da pessoa humana”, disse Gonet.