Um homem foi preso nesta quinta-feira, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, após ser acusado de cobrar a chamada “taxa do crime” de pessoas que realizam bandeiradas para candidatos políticos durante a campanha eleitoral.
De acordo com as primeiras informações, ele agia a mando de uma facção criminosa, exigindo dinheiro das vítimas em troca de “permissão” para exercerem suas atividades políticas nas ruas.
A Polícia Militar foi acionada após denúncias anônimas sobre a extorsão, mas enfrentou dificuldades para convencer as vítimas a registrarem boletim de ocorrência, devido ao medo de represálias.
A prática da “taxa do crime”, que tem se espalhado por vários bairros de Belém e municípios vizinhos, reflete a crescente influência de facções criminosas e milícias na região. Esses grupos se aproveitam da sensação de insegurança e da falta de ação efetiva por parte das forças de segurança para impor suas próprias “regras” e arrecadar dinheiro de moradores, comerciantes e até de pessoas que atuam em eventos eleitorais.
Esse tipo de cobrança não é novo, mas a expansão para atividades relacionadas às eleições chama a atenção para a ousadia com que as facções têm agido. Nos últimos meses, casos semelhantes têm sido relatados em vários bairros da capital e de cidades como Ananindeua, onde a população se sente cada vez mais refém dessas organizações criminosas.
A crescente influência dessas facções ocorre em um contexto de crítica ao governo estadual. Muitos apontam o descaso das forças de segurança e as políticas públicas do governador Helder Barbalho (MDB) como fatores que permitiram a expansão dessas atividades ilegais. A cobrança da “taxa do crime” é apenas um dos reflexos do domínio territorial que esses grupos vêm exercendo, agravado pela falta de um combate mais efetivo por parte do estado.
Enquanto o homem detido permanece sob custódia e deve responder por extorsão, as autoridades policiais continuam investigando a possível ligação de outros indivíduos com o esquema de cobrança em eventos políticos.
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