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A violência que domina o Brasil, particularmente o Pará, mais particularmente ainda Belém, já atingiu seu nível máximo de intolerância.
Os malfeitores são os donos de nossas ruas, avenidas, praças, locais de diversão pública, estádios de futebol, quadras de futsal, vilas, passagens, becos, conjuntos habitacionais.
Eles rondam locais de formatura de estudantes, festas de 15 anos, casamentos, batizados, até velórios, etc. Ninguém está a salvo de assalto, ou de ser vítima de bala perdida, em nenhum lugar, até mesmo dentro da própria casa, apartamento, barraco, quitinete, mansão, ônibus ou dentro do próprio carro, parado num sinal de trânsito.
A felicidade é escapar vivo. Até o próximo ataque.
Nos templos católicos, evangélicos, sessões espíritas, nos terreiros de Umbanda, em qualquer lugar onde se leia a Bíblia ou faça orações, é um olho na Palavra e outro na porta da rua. A insegurança é igual, democratizada, para todos. Mesmo para os sem religião.
E a pergunta que se faz, sempre sem resposta: cadê, o que faz a polícia? Os bilhões que o governador alardeia ter gasto com concursos para colocar mais policiais nas ruas, viaturas e armamentos, serviram para quê? Qual o resultado disso? Ficamos mais seguros?
Não, é claro que não. O governador anda cercado de seguranças e nunca foi assaltado. Como já foram assaltados o João do Guamá, a Maria da Sacramenta, o Zezinho do peixe, da Terra Firme, o “seu” Paulo do açaí, a costureira Joana, o cantor Alcyr Guimarães – assaltado duas vezes, pasmem, na mesma hora, no dia do aniversário de 400 anos de Belém, quando se dirigia para um show em que cantaria seu amor pela cidade – ou a mais recente vítima, o repórter do SBT e do Canal Interativo, Diogo Puget, no sábado.
Aliás, o Diogo Puget, como qualquer cidadão desta cidade que não quer ficar enfurnado dentro de casa, foi divertir-se e apreciar os blocos na Cidade Velha. Cometeu o crime de acreditar que estava seguro diante de outros espectadores que assistiam ao desfile dos foliões.
Puget foi atacado por um horda impiedosa e retalhado a faca em várias partes do corpo. E por quê tamanha violência? Porque Puget relutou em entregar um cordão de ouro. Quase perde a vida e deve dar graças aos céus por estar vivo e continuar nos presenteando com suas belas intervenções esportivas, como bom repórter que é.
Mas e aí, e nós? O que será de nós, que ainda não fazemos parte da enorme galeria de vítimas da bandidagem que governa Belém e o Pará? A quem devemos recorrer para preservar essa virgindade de segurança nada angelical? Continuar trancados dentro de casa, entre grades, câmeras de segurança na porta da frente, do quintal, no telhado, no poste, nas árvores?
Isso é vida para quem paga altos impostos para ter segurança e vive acuado, com medo? Ou que é obrigado a assistir justificativas esfarrapadas das autoridades, coisas do tipo ” estamos investindo em segurança”, ou ” a polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo”, na hora em que alguém é atacado por assaltantes e não vê um policial às proximidades.
Não devemos nos sentir melhores por ainda não termos sido atacados. Não é nenhum privilégio escaparmos da sanha desesperada, esquizofrênica e maléfica daqueles que nada têm a perder.
Afinal, estamos na lista deles. Para sermos as próximas vítimas.
Cuidemo-nos. Mas sem esquecer de gritar em direção aos governantes, a quem sustentamos com nossos impostos.
Façam alguma coisa, seus bostas !
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