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Home Cultura

Dorvalino e Maria Helena recuperaram a humanidade de doentes psiquiátricos

Oswaldo Coimbra por Oswaldo Coimbra
28/05/2025
in Cultura
Dorvalino e Maria Helena recuperaram a humanidade de doentes psiquiátricos

Doutor Dorvalino Braga, psiquiatra, e sua esposa, dona Maria Helena, em 2011

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O desejo humano de acabar com a opressão raramente foi expresso com tanta perfeição na saga de quatro séculos dos construtores do Pará como ocorreu quando o cobogó foi assentado nas janelas do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira.

O cobogó é um tipo especial de tijolo.

Porque atravessado por furos, permite a penetração de luz e ar, através dele.  Embora tenha sido criado em Recife por três inventores de cujos nomes foram retiradas as primeiras sílabas para formar sua designação – Coimbra, Boeckman, e, Góes – o cobogó, na verdade, tem inspiração na cultura árabe.   

Quando das janelas do Juliano Moreira foram retiradas as velhas grades para implementação nelas do uso de cobogó, desapareceu dele a herança de um período, anterior ao surgimento do hospital.

Em que, os doentes mentais, sem receber tratamento algum, eram apenas confinados num local lúgubre, visto, em geral, com aversão e medo.

Em 1961, aquelas grades tinham servido para reprimir uma revolta de pacientes, inconformados com a baixa qualidade dos alimentos servidos a eles.

Naquela época, o Juliano Moreira, com espaços lotados, tinha cerca de mil pacientes.

E, era mantido por parcas verbas do orçamento estadual, às quais se somavam apenas pagamentos de “pensionistas”, instalados, em enfermarias e quartos do pavimento superior.

Separados, assim, das centenas de indigentes amontoados no pavimento inferior.

Quem administrava aqueles recursos eram freiras Filhas de Santana, ordem que atuava no hospital desde 1907.

Elas trabalhavam muitas horas, diariamente – reconheceu o médico Dorvalino Braga, responsável pela retirada das grades do hospital, num depoimento prestado ao Grupo de Memória da Engenharia da UFPA, em 2011.

Mas, como compensação às suas jornadas de trabalho exaustivas, parte dos recursos obtidos com os pagamentos dos pensionistas eram transferidos para a matriz da ordem, em Recife, numa operação apoiada talvez em senso prático de Justiça, mas sem amparo legal, acrescentou Dorvalino.

Ele assumiu a direção do Juliano Moreira, logo depois do Golpe Militar de 1964.

Ironicamente, quando militares golpistas colocaram atrás de outras grades, em prisões e quartéis, estudantes, professores, artistas, intelectuais e padres paraenses.

Dorvalino encontrou os indigentes dormindo no chão.

Seus parentes tinham sido proibidos de penetrar no interior do hospital.

Nele, ainda existiam dois quartos-fortes, com sanitários turcos, para isolamento de pacientes condenados pela Justiça.

Entre os pacientes, estavam idosos que tinham desaprendido a falar porque ninguém lhes dirigia a palavra, havia muito tempo.

O cobogó se tornou símbolo da administração de Dorvalino.

Durante a qual os pagamentos dos pensionistas, por determinação do médico, passaram a ser considerados rendas do Estado, destinadas ao hospital.

Rendas que, depois, ele iria aumentar através da luta pela aprovação de um imposto sobre bebidas alcoólicas, destinado ao hospital.

As freiras se insurgiram e decidiram abandonar abruptamente o Juliano Moreira, provocando ataques a Dorvalino pelos jornais de Belém, sobretudo, de um jornalista chamado Lupi Martins.

No entanto, naquele momento, teve início a melhor década do hospital.

Pois, Dorvalino contou com a solidariedade de outros médicos do Juliano Moreira, como José Edmundo Cutrin.

E, ainda, com a doação de 12 anos de trabalho sem remuneração de uma voluntária do Lions Club: o de Maria Helena Salameh, esposa dele.

Com este apoio, Dorvalino restaurou e ampliou o regime de open door vigente no hospital no início dos anos de 1900.

Os pacientes foram autorizados a circular pelos amplos quintais do hospital, como estava previsto no começo da História do Juliano Moreira.

Naqueles quintais, sozinhos, eles ergueram um parque esportivo.

E passaram a disputar partidas de futebol e voleibol, com médicos, funcionários e estudantes de Medicina.

Foram também autorizados a circular fora do hospital.

Os que tinham profissão definida puderam trabalhar em empresas conveniadas.

Para os idosos se montou uma agenda de passeios.

E se formaram grupos, que permitiram aos pacientes, assistir à passagem do Círio, com acompanhamento de enfermeiras, em diversos pontos de Belém.

Quanto às pacientes, foram estimuladas a recuperar a autoestima.

Maria Helena, com o auxílio de quatro assistentes, incentivou-as a se banharem toda manhã, oferecendo a elas água de colônia.

Um salão de beleza, com manicure, foi montado para atendê-las.

Assim, sumiram os seus cabelos sujos e desgrenhados.

Ao invés deles, quando, depois, se dirigiam aos cursos de terapia ocupacional, para desenhar e fazer crochê, elas mostravam asseio e estavam cheirosas.

Seus trabalhos foram exibidos em exposições.

Num pavilhão desocupado, Maria Helena instalou um curso de alfabetização.

Nele, 17 pacientes, de uma turma de 32,embora sob efeito de psicotrópicos, se alfabetizaram.

O ambiente do hospital se tornou confortável, relembrou Dorvalino.

Colaboraram para isto também, as músicas transmitidas por alto-falantes instalados nas dependências internas.

Logo, surgiram festas dançantes, às sextas-feiras, animadas por pacientes-músicos.

Das quais participavam médicos e funcionários.

Outros pacientes-músicos tocavam os instrumentos do Boi Bumbá Treme Terra, criado para os festejos juninos, no hospital, com roupas também produzidas por pacientes.

O grupo junino chegou a vencer um concurso da Prefeitura de Belém.

Aquele período do hospital, marcado pelo cobogó, se encerrou com a saída de Dorvalino.

Mas, permaneceu na vida do médico e na de Maria Helena.

Heloisa, a filha do casal, então uma criança, se tornaria médica, como Dorvalino.

E, Luiz, seu irmão, na época,com 9 anos de idade, quando visitava o hospital, fez suas primeiras fotos.

Mais tarde, se tornou o artista da Fotografia Luiz Braga.

*Oswaldo Coimbra é escritor e jornalista

Translation (tradução)

Dorvalino and Maria Helena Restored Humanity to Psychiatric Patients

The human desire to end oppression was rarely expressed with such perfection in the four-century saga of Pará’s builders as when cobogó bricks were installed in the windows of the Juliano Moreira Psychiatric Hospital.

Cobogó is a special type of brick.

Perforated with holes, it allows light and air to pass through. Though created in Recife by three inventors whose names’ initial syllables formed its name—Coimbra, Boeckmann, and Góes—cobogó is, in fact, inspired by Arab culture.

When the old bars were removed from the windows of Juliano Moreira to install cobogó, the hospital shed the legacy of a time before its founding.

A time when mental patients, receiving no treatment, were merely confined in grim places, generally viewed with aversion and fear.

In 1961, those bars had been used to suppress a patient revolt, sparked by the poor quality of food served to them.

At that time, Juliano Moreira, with overcrowded spaces, housed about a thousand patients.

It was sustained by meager state budget funds, supplemented only by payments from “pensioners” housed in wards and rooms on the upper floor.

Thus separated from the hundreds of destitute patients crowded on the lower floor.

The resources were managed by the Daughters of Santana nuns, an order present at the hospital since 1907.

They worked long hours daily, acknowledged Dr. Dorvalino Braga, who oversaw the removal of the bars, in a 2011 testimony to the UFPA Engineering Memory Group.

But, as compensation for their exhausting workloads, part of the pensioners’ payments was transferred to the order’s headquarters in Recife, an operation perhaps guided by a practical sense of justice but lacking legal support, Dorvalino added.

He took over the hospital’s direction shortly after the 1964 military coup.

Ironically, while coup-leading military officials placed students, professors, artists, intellectuals, and Pará priests behind bars in prisons and barracks.

Dorvalino found destitute patients sleeping on the floor.

Their relatives were barred from entering the hospital.

Two strong rooms with Turkish toilets still existed for isolating patients sentenced by the judiciary.

Among the patients were elderly individuals who had forgotten how to speak because no one had spoken to them in a long time.

Cobogó became a symbol of Dorvalino’s administration.

During which, by his decree, pensioners’ payments were redirected as state revenue for the hospital.

Revenue he later increased by advocating for a tax on alcoholic beverages to fund the hospital.

The nuns rebelled and abruptly abandoned Juliano Moreira, prompting attacks on Dorvalino in Belém’s newspapers, particularly by a journalist named Lupi Martins.

Yet, that moment marked the beginning of the hospital’s best decade.

Dorvalino was supported by other Juliano Moreira doctors, like José Edmundo Cutrin.

And by the 12 years of unpaid work donated by a Lions Club volunteer: Maria Helena Salameh, his wife.

With this support, Dorvalino restored and expanded the open-door policy in place at the hospital in the early 1900s.

Patients were allowed to roam the hospital’s spacious courtyards, as originally envisioned in Juliano Moreira’s history.

In those courtyards, they built a sports park on their own.

They began playing soccer and volleyball matches with doctors, staff, and medical students.

They were also permitted to leave the hospital.

Those with defined professions could work at partnered companies.

A schedule of outings was created for the elderly.

Groups were formed, allowing patients to watch the Círio procession, accompanied by nurses, at various points in Belém.

Female patients were encouraged to rebuild their self-esteem.

Maria Helena, with four assistants, encouraged them to bathe every morning, offering them cologne.

A beauty salon with manicure services was set up for them.

Gone were their dirty, disheveled hair.

Instead, when they attended occupational therapy classes for drawing and crocheting, they were clean and fragrant.

Their works were displayed in exhibitions.

In a vacant pavilion, Maria Helena established a literacy course.

In it, 17 out of 32 patients, despite being under the influence of psychotropic drugs, learned to read and write.

The hospital’s environment became comfortable, Dorvalino recalled.

This was aided by music played through speakers installed in the internal facilities.

Soon, Friday dance parties emerged, led by patient-musicians.

Doctors and staff joined in.

Other patient-musicians played instruments for the Boi Bumbá Treme Terra, created for the hospital’s June festivities, with costumes also made by patients.

The June group even won a Belém city contest.

That era of the hospital, marked by cobogó, ended with Dorvalino’s departure.

But it lived on in the lives of Dorvalino and Maria Helena.

Their daughter, Heloisa, then a child, would become a doctor like Dorvalino.

And their son, Luiz, aged 9 at the time, took his first photos during hospital visits.

He later became the photography artist Luiz Braga.

*Oswaldo Coimbra is a writer and journalist

(Illustration: Dr. Dorvalino and his wife, Mrs. Maria Helena, in 2011)

Tags: DestaqueDorvalino e Maria Helenapacientes psiquiátricosrecuperaram humanidade
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