Procedimentos foram realizados por profissional sem habilitação adequada. Vítimas morreram em menos de 48 horas após as cirurgias. Justiça investiga caso como homicídio culposo.
A dentista indiana Anushka Tiwari foi presa na última segunda-feira (26/5) em Kanpur na Índia, após ser responsabilizada pelas mortes de dois pacientes que se submeteram a transplantes capilares ilegais em sua clínica. Os procedimentos cirúrgicos, realizados sem a devida habilitação médica, resultaram na morte dos engenheiros Vinit Kumar Dubey e Mayank Katiyar.
Anushka, que se promovia no YouTube como especialista em transplantes capilares, não possui qualificação para realizar intervenções cirúrgicas dessa natureza. Ela apresentou apenas um diploma em odontologia às autoridades, o que não a credencia a executar procedimentos estéticos invasivos como transplantes capilares.
Segundo o jornal Times of India, Vinit Kumar Dubey, morador do bairro de Kalyanpur, foi submetido à cirurgia em 13 de março deste ano, na Empire Clinic, localizada em Kanpur. De acordo com relato de sua esposa, Jaya Tripathi, incluído na queixa policial registrada no início de maio, o estado de saúde de Vinit se agravou rapidamente após o procedimento. Ele foi internado em um hospital particular na região de Sarvodaya Nagar e morreu em 15 de março, apenas dois dias após a cirurgia.
A outra vítima, Mayank Katiyar, faleceu em 19 de novembro de 2023, também um dia após passar por um procedimento capilar na mesma clínica e em circunstâncias semelhantes. As famílias das vítimas formalizaram queixas junto à polícia, e os casos estão sendo tratados como homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
Anushka Tiwari entregou-se voluntariamente ao Tribunal de Magistrados Judiciais nesta segunda-feira e foi colocada sob custódia judicial por um período preventivo de 14 dias.
“Há sérias acusações contra Anushka Tiwari”, afirmou o promotor Dilip Singh em declaração à emissora NDTV. “Anushka Tiwari realizou uma cirurgia que não está relacionada à sua área de atuação. Temos provas suficientes a esse respeito”, acrescentou.
O caso segue sob investigação judicial, enquanto autoridades de saúde e órgãos reguladores avaliam as condições da clínica e o histórico profissional da acusada.
Do Ver-o-Fato, com informações do extra.globo