A vítima, segundo informação repassada ao Ver-o-Fato, seria primo do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa.
O delegado Clóvis César Reis Bueno, lotado em Santana do Araguaia, foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Tocantins. Ele é acusado do crime de concussão, por exigir R$ 15 mil de um empresário de Palmas para liberar um caminhão apreendido em Santana do Araguaia, sul do Pará, onde o delegado exerce o cargo. Ele está em uma cela à disposição da justiça do Tocantins.
De acordo com a diretora de Inteligência da Polícia Civil daquele estado, delegada Luciana Midlej, “após a negociação, que foi gravada pela vítima, o delegado recebeu o valor de R$ 7,5 mil em espécie. Assim que recebeu o dinheiro, Clovis Bueno contratou um serviço de motorista particular para levá-lo até à balsa em Caseara. No trajeto, com apoio da Polícia Militar, o veículo onde o delegado paraense estava foi interceptado e ele recebeu voz de prisão”.
Durante revista pessoal, os policiais encontraram com o delegado dinheiro em espécie e duas armas de fogo. Sendo a quantia de R$ 8.670,00, uma pistola PT 845, calibre 45, de propriedade particular, uma pistola Glock G17, da Polícia Civil do Pará, e várias munições de diversos calibres.
“A ação exitosa da prisão do delegado paraense é resultado da atuação honesta e integrada da Polícia Civil com a Polícia Militar do Tocantins, no combate ao crime organizado”, destacou o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, major Adsson Acácio Pimentel.
Após o flagrante, o Clovis Bueno foi conduzido à Central de Atendimento da Polícia Civil de Paraíso do Tocantins, onde foi autuado pela prática do crime de concussão.
A concussão é um dos crimes praticados por funcionário público contra a administração. Consiste em exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A pena prevista é de reclusão, de dois a oito anos, e multa (artigo 316 do Código Penal).
Outro rolo
A corregedora-geral da Polícia Civil do Pará já investiga outro caso envolvendo o delegado Clóvis, que responde a procedimento administrativo para apurar s denúncia. O Ver-o-Fato apurou que a corregedoria investiga a denúncia de que policiais cobrado propina em Ourilândia do Norte, município a sete quilômetros de Tucumã.
A outra acusação contra o delegado Clóvis é de que ele teria exigido ouro e dinheiro em troca da liberdade de quatro garimpeiros detidos na delegacia da cidade em março deste ano. O resultado das investigações deve sair em 60 dias.