Comunidades ribeirinhas de Barcarena e Abaetetuba contaminados pela exploração de minérios das empresas multinacionais Hydro e Imerys fizeram um protesto hoje de manhã, em frente ao prédio do Ministério Público Federal (MPF), no bairro do Umarizal, exigindo agilidade no pagamento das indenizações por terem sido expulsos de suas terras.
Portando faixas e cartazes denunciando as mineradoras, os manifestantes cobram ainda as promessas feitas por elas em diversos Termos de Ajustamento de Condutas (TAC), assinados com a interferência do MPF e do Ministério Público Estadual, mas que nunca foram cumpridos.
Uma das representantes dos ribeirinhos, Maria do Socorro Silva, a “Socorro do Burajuba” – líder quilombola conhecida internacionalmente por denunciar os crimes socioambientais das grandes mineradoras – afirmou que não houve agilidade das empresas mineradoras e das autoridades constituídas para a resolução do problema das famílias afetadas pela contaminação das águas, rios e igarapés. “Hoje é resistência, ninguém vai sair daqui sem uma resposta, pois não vamos mais deixar o nosso povo morrer”, alertou.
Dona Socorro lamentou a falta de interesse do MPF e das mineradoras em resolver a situação das famílias, apesar do tratamento da Hydro e da Imerys, assim como de outras mineradoras, ter sido claro em relação a eles, negando todos os seus direitos. “Parece que o Ministério Público não está trabalhando nisso, não está cumprindo a lei”, reclamou. “Perdemos muita gente nesses anos de luta pela sobrevivência e estamos perdendo até as futuras gerações”, denunciou.
Os ribeirinhos denunciam que estão sendo contaminados há muitos anos e adoecendo de câncer, manchas na pele, queda de cabelo, por causa da água contaminada com os rejeitos de minérios, que não passam por tratamento adequado. Apesar de inúmeras promessas e TACs, as empresas nunca forneceram água potável satisfatoriamente, destacaram os manifestantes.
Eles prometeram que estavam dispostos a acampar no local até que consigam ser atendidos em suas reivindicações. Mas, à tarde, representantes dos manifestantes foram recebidos para uma audiência no MPF.
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