Em julho de 2017, durante confronto com policiais militares, três foragidos da penitenciária PEM I, em Marituba, foram mortos. O caso virou um Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pelo promotor militar, Armando Brasil. Quatro anos, após a conclusão do IPM, Brasil pediu arquivamento, alegando que a ação das guarnições citadas nos autos, “está corporificada pelos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, conveniência e moderação, pois a atuação das guarnições do BPOT necessitou se apoderar do uso da força legitima necessária para fazer cessar uma injusta agressão atual e eminente”.
Ainda segundo o promotor militar, não resta outra alternativa ao IPM “senão o presente pleito de arquivamento, já que a ação dos militares se encontra acobertada pela excludente de
ilicitude, qual seja, legítima defesa”. O pedido de Brasil será decidido pela Justiça Militar, que dirá se arquiva ou não o caso. No confronto, morreram os foragidos Wilian Gurgel Pereira, Wilson de Souza Palheta e Rodrigo Silva Souza. Os policiais militares envolvidos no IMP são os cabos Aldir Menesses da Silva, Jussiê Alves Brito,Ronilson Bonfim, Carlos Alberto Furtado, Raimundo Ubirajara Paiva Silva, os sargentos Otoniel de Almeida Silva e Edemberg Quemer Costa Mota, além da soldado Ana Paula Ramos Bentes.
Segundo os autos do IPM, no dia 30 de julho de 2017, por volta das 6 horas da manhã, na BR-316, a guarnição comandada pelo sargento Quemer, da Rotam, encontrava-se dentro do complexo Penitenciário de Marituba, devido informações da própria Susipe de possível tentativa de resgate de presos. O sargento Quemer relata em seu depoimento que em torno das 03:00h, ocorreu uma explosão seguida de uma intensa troca de tiros entre os policiais do BPOP que trabalhavam na muralha e vários meliantes armados que tentavam adentrar no complexo para resgatar presos.
Ocorre que, por estar presente na área somente a guarnição do sargento, ele pediu apoio por meio de rádio, informando que havia ocorrido uma explosão na muralha do complexo com intensa troca de tiro. Quatro viaturas da Rotam foram deslocadas para dar apoio nas adjacências do complexo penitenciário, iniciando assim, as buscas pelos criminosos. Por volta das 06 horas, na BR 316, sentido Marituba — Benevides, próximo à entrada do residencial Almir Gabriel, a guarnição sob o comando 2“ tenente Adriano, juntamente com a guarnição sob o comando do sargento Otoniel avistaram um veiculo, Fiat Strada e uma motocicleta com vários elementos em atitude suspeita.
Ocorre que, ao realizarem a aproximação dos veículos, cerca de 10 elementos saíram do carro, do interior da cabine e da carroceria (os quais estavam deitados na carroceria, sem visualização imediata das guarnições), fortemente armados, onde estes “já desembarcaram com as armas em punho, efetuando vários disparos contra as guarnições, que de imediato, em legitima defesa, repeliram a injusta agressão”.
Após a troca de tiros, neste primeiro confronto, a guarnição do tenente Adriano efetuou a prisão do nacional Alexandre Figueiredo Carvalho Santos. Os outros homens fugiram em direção a um terreno que fica localizado no lado de um posto de gasolina, próximo ao local do primeiro confronto, lado oposto do residencial Almir Gabriel, quando iniciou—se nessa área, diligencias pelas outras quatro viaturas da Rotam.
O sargento Quemer relata em seu depoimento que ao adentrar no terreno com a sua guarnição, estes já foram recebidos a tiro, os quais deram origem à um segundo confronto, “sendo
necessário agir em legitima defesa, repelindo a injusta agressão, efetuando disparos contra os meliantes, os quais ocasionou o baleamento de um dos criminosos, onde este foi socorrido,
sendo levado para o hospital de Marituba, mas que posteriormente evoluiu a óbito”.