O Brasil perdeu nesta quinta-feira, 03 de outubro, uma das vozes mais emblemáticas da sua história televisiva. O jornalista e apresentador Cid Moreira faleceu aos 97 anos no Rio de Janeiro, após complicações de uma pneumonia. Sua morte marca o fim de uma era no jornalismo brasileiro, onde ele foi não apenas um pioneiro, mas também um símbolo de credibilidade e seriedade, principalmente à frente do Jornal Nacional, programa que comandou por quase três décadas.
Cid Moreira foi a voz que guiou milhões de brasileiros, em diferentes gerações, por entre as notícias mais importantes do país e do mundo. Nascido em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927, ele se destacou desde cedo pelo seu timbre grave e envolvente. Iniciou sua trajetória no rádio em 1944, quando tinha apenas 17 anos, na Rádio Difusora de sua cidade natal. Anos depois, seu talento o levou para São Paulo, onde consolidou sua carreira em emissoras como a Rádio Bandeirantes e em agências de publicidade, até chegar à televisão.
Em setembro de 1969, Cid foi convidado a integrar um novo e ambicioso projeto: a estreia do Jornal Nacional na TV Globo, o primeiro telejornal em rede nacional no Brasil. O sucesso foi imediato, e ele se tornou o rosto e a voz inconfundíveis do noticiário. Cid apresentou o JN por 26 anos, até março de 1996, acumulando cerca de 8 mil edições do telejornal. Ao lado de Sérgio Chapelin, com quem dividiu a bancada por muitos anos, Cid foi responsável por narrar alguns dos momentos mais cruciais da história recente do país, desde acontecimentos políticos até desastres e eventos culturais.
A longevidade de sua carreira é rara, e seu legado vai além da bancada do JN. Após se aposentar do jornalismo diário, Cid se dedicou a outros projetos, como gravações de áudios da Bíblia, que foram amplamente divulgados e ajudaram a reforçar seu papel como comunicador de massa.
Na última sexta-feira, 27 de setembro, Cid havia completado 97 anos, ainda lúcido e ativo nas redes sociais, onde compartilhava lembranças e reflexões. Sua morte representa uma perda não só para o jornalismo, mas para a memória afetiva de milhões de brasileiros que cresceram ouvindo sua voz inconfundível.
Agora, o país se despede de um ícone, cuja presença marcou para sempre a forma de fazer jornalismo na televisão brasileira. O legado de Cid Moreira segue vivo nas gravações de suas narrações inesquecíveis e na história do telejornalismo, onde ele sempre será lembrado como um dos maiores nomes.