Moradores do município de Barcarena foram atendidos pelo Centro de Informação e Atendimento Toxicológico (Ciatox) da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) após inalarem a fumaça proveniente do incêndio causado pela explosão de um dos depósitos de produtos químicos da mineradora Imerys, na noite de segunda-feira, 06.
Na madrugada de ontem, segundo o Ciatox, foram realizados 21 teleatendimentos relacionados à inalação de fumaça tóxica. As vítimas apresentavam sinais de intoxicação e sintomas como insuficiência respiratória, irritação de pele e irritação ocular, similares à inalação de fumaça tóxica resultante da queima do caulim.
A queima do caulim gera o hidrossulfito de sódio que, por sua vez, em contato com outras substâncias, se transforma em enxofre, que pode levar à intoxicação tanto em seres humanos como em animais.
Os médicos Caio Dourado e Sarah Faro, do Ciatox, foram os responsáveis por guiar as condutas médicas. “A nossa maior preocupação foi com a intoxicação respiratória desses pacientes. Dessa forma, orientamos que houvesse evacuação das famílias em um raio de, no mínimo, 800 metros em torno da fábrica para evitar maior número de vítimas. A exposição a esses agentes pode causar irritação cutânea e ocular, que são tratadas com descontaminação física e, dependendo do grau de acometimento, podem ser necessárias terapias mais específicas”, explicaram.
Eles recomendaram que os sintomáticos procurassem a UPA de Barcarena para o monitoramento do quadro e 36 pacientes com sintomas leves tiveram a orientação repassada de acordo com o serviço de toxicologia. O Ciatox segue acompanhando os casos no município junto com a direção da UPA de Barcarena.
“Nenhum paciente evoluiu com gravidade e acreditamos que esse pronto atendimento com as orientações necessárias para casos de intoxicação foi importante. No momento estamos orientando as pessoas que sentirem qualquer manifestação de intoxicação a procurar a UPA, que já recebeu nosso protocolo e condutas para o atendimento desses casos”, complementa Shirley Dourado, coordenadora do Centro.
Pronto atendimento
Criado em 1998 na primeira gestão do atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o Ciatox funciona no 5º andar do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), prestando informações e orientações aos profissionais da área de saúde e ao público em geral, 24 horas por dia, via telefone, para o atendimento de pessoas ou animais intoxicados por plantas, drogas, produtos químicos ou animais peçonhentos.
O Disque Intoxicação, acessado pelo número 0800-7226001, foi viabilizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proporcionando a integração de todos os Ciatox’s existentes no Brasil, por meio da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat).
O Ciatox possui uma bibliografia ampla sobre toxicologia e um banco de dados, que serve para consulta quando solicitado. Quando a Central é acionada por telefone, o plantonista recorre às bibliografias e ao banco de dados e presta as informações e orientações necessárias para o solicitante, quer seja um profissional da área de saúde ou membro da comunidade em geral.
Ao prestar o atendimento, o plantonista registra os dados do solicitante e do intoxicado no sistema “Datatox”, banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), que também serve para análise estatística. Quando existe dúvida sobre a causa da intoxicação, é solicitado o envio de material biológico para análise toxicológica.Serviço:Centro de Informação e Atendimento Toxicológico (Ciatox) da SesmaR. dos Mundurucus, 4487 – Guamá (5º andar do Hospital Barros Barreto) Atendimento 24h pelos telefones 08007226001, 32016640, 985198770 (móvel), 986284585 (WhatsApp)Disque Intoxicação: 0800-7226001.