Seguranças de uma festa realizada no “Barracão da Tia Zuzu”, na Ilha de Mapeuá, em Cametá são acusados de agredir covardemente quatro irmãos, sendo um deles autista. O caso ocorreu em 29 de setembro passado.
Segundo relatos de Adilson Pompeu foi ao local acompanhado de Reginaldo Pompeu, que é o irmão autista, buscar os outros dois irmãos, identificados como Divan Pompeu e Ronaldo Pompeu.
Ao chegar ao local, diz que viu os dois irmãos algemados e com os respectivos rostos sangrando. Então Adilson perguntou aos cinco seguranças que estavam presentes o que estava ocorrendo e sem dar explicações os homens algemaram ele e Reginaldo.
Ao ficar nervoso com a situação, os seguranças sem maiores explicações começaram a dar chutes e socos nos quatro irmãos, além de coronhadas e excessivas ameaças de morte.
Adilson diz que pediu para que os seguranças parassem de agredir Reginaldo, por ser autista, e após esse pedido, o irmão sofreu mais agressões e quanto mais ele pedia para que parassem, mais o irmão autista era agredido.
Cerca de duas horas e meia após torturas físicas e psicológicas, os irmãos foram conduzidos para a Vila de Curuçambaba, com liderança de um segurança identificado como “Mucura”, que durante o trajeto prosseguiu agredindo e ameaçando os quatro irmãos.
Ao chegar na Vila, foram recebidos por um guarda municipal identificado como Jonas Serrão, que jogou spray de pimenta nos olhos das quatro vítimas.
Reginaldo, que é autista, começou a ter uma crise de choro e ficou desesperado, sendo ainda mais agredido pelos seguranças e pelo guarda municipal.
Após mais uma hora e meia de tortura, chegou uma viatura da guarda municipal, que ao invés de levar os irmãos para a delegacia do município, levaram para a sede da guarda municipal, agredindo mais ainda e de forma pior: jogando a cabeça das vítimas contra a parede e os trancando em uma sala, supostamente com gás lacrimogêneo.
Após sete horas de tortura, os profissionais da segurança levaram as vítimas para a delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, mas durante o trajeto, mais agressões físicas e psicológicas.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver os seguranças armados com pistola e espingarda calibre 12. Um dos seguranças chega a cortar os cabelos de um dos rapazes com uma faca. Em outro vídeo, a frase “bora matar eles” é ouvida claramente.
Após o ocorrido, os irmãos registraram um boletim de ocorrência contra os profissionais da segurança.
Em nota, a Guarda Municipal de Cametá informou através do Comandante Clidenor dos Santos Barreiro que tomou conhecimento do ocorrido, investigou o caso e encaminhou o relatório para a Secretaria de Administração requerendo a instauração de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para os envolvidos.
A nota também comunica a exoneração de um servidor comissionado que ocupava a função de inspetor da instituição.