Por unanimidade de votos, os desembargadores da Seção de Direito Penal, do Tribunal de Justiça do Pará, negaram ontem pedido de liberdade em habeas corpus ao réu Ricardo José Pessanha Lauria, denunciado pelo Ministério Público por suposto envolvimento no crime de homicídio em que foi vítima Diego Kolling, o “Alemão”, em 2017, à época prefeito do município de Breu Branco.
Alegou a defesa a ocorrência de constrangimento ilegal por excesso de prazo da prisão, argumentando que o réu está preso há mais de dois anos. No entanto o relator, desembargador Ronaldo Marques Valle, ressaltou não haver excesso de prazo, afirmando que o processo segue a tramitação normal, já contando com sentença de pronúncia de alguns dos denunciados pelo Ministério Público.
Diego Kolling foi assassinado na manhã do dia 16 de maio de 2017, quando pedalava em companhia de outras pessoas na Rodovia PA-263, que liga os municípios de Tucuruí e Goianésia. O prefeito chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A motivação do crime seria de ordem política e econômica.
O delegado Rilmar Firmino afirmou que a elucidação do crime está muito clara, principalmente devido à riqueza de provas testemunhais e periciais. Ele contou que a motivação foi econômica e política, uma vez que o então presidente do Partido Social Democrático (PSD) em Breu Branco, Ricardo Lauria, havia apoiado o prefeito Diego Kolling, mas não tinha sido atendido em seus interesses.
Quem é o acusado
Segundo as investigações conduzidas à época do crime por Rilmar Firmino, então delegado-geral da Polícia Civil paraense, “Ricardo Lauria apoiou à candidatura de Alemão e, por isso, tinha pretensões, mas não foi atendido. Por meio de uma empresa ‘laranja’ havia participado de uma licitação para fornecimento de serviço de transporte escolar, mas o processo acabou sendo revogado pelo prefeito, devido à baixa proposta apresentada. E, assim, Ricardo veio arquitetar a morte de Alemão”.
Ainda de acordo com o delegado, “o prefeito morreu porque não compactuou com aqueles que achavam que a Prefeitura seria aberta. Esse é o tipo de crime de difícil resolução, pois os que matam, são os que vão chorar com os familiares”. Rilmar Firmino também destacou a importante colaboração do Ministério Público do Estado e também do Poder Judiciário.
As investigações sustentam que Ricardo Lauria, conhecido como “Ricardo Chegado”, planejou o crime, executado por Antônio Genival Lima Moura, o “Lelo do Batata“, que confessou a execução a mando de Ricardo. A arma do crime foi mostrada durante a coletiva. Sérgio, Wesley e Maciel teriam dado apoio logístico à atuação do pistoleiro, inclusive com o transporte – uma motocicleta já apreendida pela polícia.
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